Resumo

Título do Artigo

ESTUDO BIBLIOMÉTRICO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE ESTUDOS COEVOLUTIVOS NOS ESTUDOS ORGANIZACIONAIS
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Palavras Chave

Perspectiva coevolutiva
Estudos organizacionais
Produção científica

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Abordagens e Teorias organizacionais Contemporâneas

Autores

Nome
1 - Renata Petrin
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD - Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração - FACE/UFMG
2 - Muriel de Almeida Ornela
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD - Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração - FACE/UFMG
3 - Roberto Gonzalez Duarte
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas

Reumo

Com base nas teorias evolucionistas da biologia, Hannan e Freeman (1977) e Mckelvey (1982), argumentam que as organizações não são entidades passivas diante das pressões econômicas, políticas e sociais, mas capazes de sobreviver por meio da aprendizagem e do desenvolvimento de características adequadas ao ambiente. As organizações que sobrevivem não são apenas aquelas que se tornam mais adequadas às novas condições externas, mas também as que aprendem a se adaptar às novas circunstâncias e, sobretudo, adotam medidas para modificá-las (CHILD; TSE; RODRIGUES, 2013).
Apesar de a perspectiva coevolutiva oferecer oportunidades para se compreender como organizações e ambiente se influenciam mutuamente (ABATECOLA et al., 2016; BRESLIN, 2016) , não se realizaram ainda estudos para investigar como essa área do conhecimento se desenvolveu ao longo dos anos e está atualmente estruturada em relação à produção científica. O objetivo deste artigo, portanto, é analisar o desenvolvimento nos últimos 40 anos (1978-2018) dos estudos que adotam a perspectiva coevolutiva.
Com base na aprendizagem adaptativa, pesquisas sobre a relação entre organização e as mudanças do ambiente, como March (1994), Rodrigues e Child, (2009) e Child, Tse e Rodrigues (2013) observaram que as organizações não apenas se adaptam ou são selecionadas pelo ambiente, mas são capazes de aprender e influenciá-lo. Os autores notam que não há apenas a evolução de uma entidade, mas a (co)evolução entre organismos sociais e seus ambientes, que se influenciam mutuamente, provocando um impacto causal significativo uns nos outros.
Realizou-se um estudo bibliométrico, o que permite analisar o estado da ciência e tecnologia por meio de toda a produção científica registrada em um repositório de dados (CRISTINA; CARNEIRO, 2016). Foram coletados na Scopus 754 documentos publicados até dezembro de 2018. Esses documentos foram analisados por meio de estatística descritiva, obtendo-se, inicialmente os percentuais referentes à quantidade de publicações. Utilizou-se também o software VOsviewer para se analisar redes de publicações, revistas científicas, pesquisadores, organizações de pesquisa, países, palavras-chave ou termos.
Na base de dados da Scopus, constam estudos coevolutivos desde 1978, época em que as discussões sobre essa perspectiva se iniciaram, a partir dos estudos de Hannan e Freeman. Entre as publicações, o mais citado é o artigo de Van den Bosch, Volberda e Boer (1999), que foi citado por 722 outros trabalhos. Utilizando como linha de corte ter 300 ou mais citações, de modo a selecionar os artigos mais representativos, além de Van den Bosch, Volberda e Boer (1999), outros 12 estudos. Os artigos mostram que diferentes fenômenos organizacionais podem ser investigados por uma visão multidimensional.
Ao se analisar o desenvolvimento dos estudos sobre a perspectiva coevolutiva ao longo de 40 anos (1978-2018), constatou-se que o incremento da produção científica nessa área é relativamente recente, uma vez que há mais interesse dos estudiosos em utilizar essa lente teórica a partir de 2000, após as publicações de trabalhos que explicaram melhor o que seria a coevolução e suas propriedades para investigação de organizamos sociais e fenômenos organizacionais, como é o caso do Prolegomena on Coevolution de Lewin e Volberda (1999).
ABATECOLA, G. et al. Darwinism, organizational evolution and survival: key challenges for future research. Journal of Management and Governance, v. 20, n. 1, p. 1–17, 2016. CHILD, J.; TSE, K. K. T.; RODRIGUES, S. B. The dynamics of corporate co-evolution: a case study of port development in china. Cheltenham: Edward Elgar Pub, 2013. LEWIN, A. Y. et al. The Coevolution of New Organizational Forms The Coevolution of New Organizational Forms. n. June 2019, 1999.