Resumo

Título do Artigo

DESEMPENHO SOB RISCO DE CRÉDITO: O EMPUXO DO CALOTE
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Palavras Chave

Desempenho
Índice de Inadimplência
Risco

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Polyandra Zampiere Pessoa da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI (UFCA) - Curso de Ciências Contábeis
2 - Lauro Vinício de Almeida Lima
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA)
3 - Wenner Glaucio Lopes Lucena
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis

Reumo

As políticas de investimento têm como objetivo maximizar os retornos sobre o capital alocado, visando atender as expectativas dos fornecedores de capital, sejam internos ou externos. Em mercados imperfeitos, com alto nível de calote, as fontes internas e externas de financiamento, podem exigir retornos elevados, para compensar os maiores custos transacionais e de agência derivados da maior incerteza. Logo, uma elevada percepção da inadimplência pode afetar o desempenho das firmas que precisam cobrir os custo de financiamento decorrente do maior risco atribuído e retorno exigido pelos credores.
As finanças modernas defende que existir uma relação direta entre risco e o retorno dos ativos, porque, quanto mais volátil for um ativo, maior será a expectativa de retorno. Deste modo, é possível que a taxa de inadimplência de um país interfira diretamente no desempenho das corporações, uma vez que aumentará o risco do ambiente econômico/incertezas, inferindo em suas despesas/juros e, consequentemente, no retorno exigido. Assim, tem-se como objetivo: analisar a influência da taxa de inadimplência no desempenho econômico das empresas latino-americanas.
A sobrevivência de uma empresa estar diretamente relacionada à execução de investimentos que sejam rentáveis, para que seja possível remunerar o custo de capital e os riscos inerentes ao projeto. Assim, o credor externo, ao optar por financiar um projeto, dada a assimetria informacional, utiliza-se da avaliação do risco de inadimplência visando traçar a probabilidade do tomador de crédito, não adimplir com as obrigações assumidas. Desse modo, em razão da impossibilidade de antever o que irá se suceder após a concessão do crédito, a taxa de calote pode servir de parâmetro para os credores.
A amostra foi composta, por em média 610 empresas/ano, de nove países da América Latina, no período de 2013 a 2017. Como proxy para desempenho das emrpesas, foi utilizado o Retorno sobre o Ativo, o Retorno sobre o Patrimônio Líquido, Lucro operacional antes de juros e impostos e um fator comum as três medidas anteriores, calculado pela técnica de componentes principais. Para o índice de calote, utilizou-se a medida disponibilizada pela The World Bank. Os dados foram agrupados em painel desbalanceado e os parâmetros estimados por uma regressão por mínimos quadrados generalizados.
Os resultados demonstraram que o nível de inadimplência do país tem uma relação positiva e significativa com o desempenho das organizações, uma vez que, para suprir as altas taxas de juros, devido ao nível de inadimplência, as empresas, possivelmente, buscam garantir maiores retornos, conforme prevê a hipótese de pesquisa. Esses resultados são robustos para as quatro proxy de desempenho utilizada, a saber: retorno sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio líquido, lucro antes de juros e impostos e um fator comum as três medidas anteriores.
Os achados conduzem à compreensão de que empresas localizadas em países com alto nível de calote tendem a exigir um prêmio de desempenho devido ao risco de inadimplência em suas operações. Ademais, pode-se notar que as empresas mais lucrativas são as menos endividadas, sugerindo que utilizam-se de capital próprio para financiar seus investimentos, possivelmente, por ter um menor custo de capital. Quanto ao tamanho, constatou-se que as maiores empresas possuem maior desempenho, o que pode ser justificado por menores restrições financeiras e aceitação dos projetos disponíveis com VPL positivo.
Bomfim, E. T., & Callado, A. L. C. (2016). Análise dos Efeitos Provocados pelas Operações de Fusões e Aquisições no Desempenho Econômico-Financeiro de Empresas Brasileiras. Contabilidade Vista & Revista, 27(3), 105-123. Modigliani, F., & Miller, M. H. (1958). The cost of capital, corporation finance, and the theory of investment. American Economic Review, 53(3), 433-443. Fortunato, G.; Funchal, B. & Motta, A. P. (2012). Impacto dos investimentos no desempenho das empresas brasileiras. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 13(4), 75-98. https://dx.doi.org/10.1590/S1678-69712012000400004