Home Office,
Trabalho Flexível
Relações de Trabalho
Área
Gestão de Pessoas
Tema
Temas Emergentes e Modismos em Gestão de Pessoas
Autores
Nome
1 - Fabiane Domingues de Magalhães de Almeida PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO (PUCSP) - São Paulo
2 - Arnaldo Mazzei Nogueira UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA
Reumo
O trabalho na modalidade home office emerge nas organizações contemporâneas do Brasil como uma forma de flexibilização, possibilitando a um funcionário executar seu trabalho diretamente de casa. Pesquisas sobre o tema no Brasil, abordam aspectos e impactos de sua implantação, todavia não enfocam diretamente as relações de trabalho existentes e a indústria de bens de consumo, bem como, sua consonância com a reforma trabalhista ocorrida em 2017, que trouxe mais regulação para a modalidade.
Uma revisão epistemológica apontou a escassez de estudos publicados e dessa lacuna surgiu o objetivo de investigar como são as relações de trabalho na modalidade home office em empresas de bens de consumo, tendo como objetivos específicos: conhecer como a modalidade foi operacionalizada pelas organizações; avaliar sua eficácia como forma de flexibilização do trabalho e verificar como a modalidade foi tratada pelas organizações com a promulgação da Lei 13.467, referente a reforma trabalhista brasileira de 2017.
O home office caracteriza-se por ser uma modalidade de trabalho flexível, na qual o funcionário realiza suas atividades laborais fora da organização, podendo exercê-las de maneira integral ou não, com o uso de ferramentas tecnológicas que o conectam a ela (SOBRATT, 2016).
A modalidade trouxe uma nova dinâmica nas relações de trabalho, trazendo mudanças na organização, nas condições de trabalho, nas formas de regulação trabalhista com a Lei nº 13.467, nas relações sindicais e na gestão da força do trabalho (FLEURY e FISCHER (1992), POCHMANN (2011), FISCHER e AMORIM (2012) e NOGUEIRA (2013).
Foram aplicados questionários semi-estruturados em indivíduos que trabalham em empresas de bens de consumo e que tem a modalidade home office implantada, com o objetivo de identificar e descrever o fenômeno.
O instrumento de coleta de dados foi embasado na reflexão do estudo do referencial teórico sobre as relações de trabalho, as transformações tecnológicas e o trabalho na modalidade home office e possibilitou estabelecer melhor o universo a ser trabalhado.
O Software Atlas.ti – Qualitative Data Analisys propiciou um auxílio para a análise de conteúdo e interpretação dos dados obtidos.
A análise de conteúdo conduzida com o auxílio do software Atlas.ti seguiu os seguintes passos: codificação dos incidentes; codificação axial; análise de frequência dos códigos e análise de co-ocorrência dos incidentes.
Foi possível evidenciar que as empresas pesquisadas já mantinham o home office regulamentado junto a seus funcionários, antes da promulgação da Lei nº 13.467 em 13/07/2017. Isso exemplifica que as multinacionais, por serem empresas globais, anteciparam tendências de flexibilização do trabalho aqui no Brasil e influenciaram a modificação das relações de trabalho.
A pesquisa revela que a modalidade home office trouxe modificações significativas nas relações do trabalho. Houve alteração na jornada de trabalho e contrato mudando o foco de horas trabalhadas para desempenho. Na organização do trabalho, o indivíduo praticante deve apresentar disciplina e autogerenciamento e enfrentar o desafio de lidar com a interferência do ambiente doméstico; nas relações sindicais não existe um forte vínculo dos indivíduos com seus respectivos sindicatos. Os indivíduos pesquisados percebem mais vantagens do que desvantagens ao exercer o home office.
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000. Título Original: The Rise of the Network Society, 1996 Tradução: Roneide Venâncio Majer.
FLEURY, M. T. L.; FISCHER, R. M. Relações de Trabalho e Políticas de Gestão: uma história
NOGUEIRA, A. J. F. M. Competências em relações de trabalho e sindicais In: DUTRA, J. S.; FLEURY, M. T.; RUAS, R. (Org.) Competências: conceitos, métodos e experiências. São Paulo: Atlas, 2013.
RIFKIN, J. O fim do Emprego: o declínio dos níveis de emprego e a redução da força global de trabalho. São Paulo: Pearson Education, 2004.