Resumo

Título do Artigo

POR UMA CONCEPÇÃO COMPLEXA DE SUJEITO NOS ESTUDOS ORGANIZACIONAIS
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Palavras Chave

Sujeito
Complexidade
Estudos organizacionais

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Simbolismos, Culturas e Identidades Organizacionais

Autores

Nome
1 - Alex Fernandes Magalhães
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - FACE
2 - Luiz Alex Silva Saraiva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas

Reumo

A apresentação de uma noção precisa de homem (seja enquanto sujeito, indivíduo, ator social ou tantas outras possibilidades) é uma das principais tarefas de um pesquisador no âmbito das Ciências Humanas na confecção de seu trabalho, pois possibilita à comunidade acadêmica condições de dialogicidade quando da leitura e crítica do processo investigativo. São examinadas as noções de indivíduo, ator social e sujeito de maneira a que a escolha pela última perspectiva se justifica tendo em vista o propósito de introduzir a complexidade não disciplinar no âmbito dos estudos organizacionais.
Neste trabalho o objetivo é refletir sobre a complexidade das diversas noções de sujeito nas abordagens utilizadas nos Estudos Organizacionais e contribuir com um novo olhar possível acerca do humano nas questões coletivas. É desafio das ciências humanas e sociais demarcar de modo preciso seu objeto de estudo material, o que tem gerado desencontros teóricos quanto à forma de se tentar compreender a complexidade que lhe é inerente ao se articular as dimensões biológicas, sociais e psicológicas sem que se incorra em reducionismos.
O texto adota uma perspectiva analítica crítica sobre diversas correntes que se dedicaram à delimitar o sujeito como isso pode se desdobrar no campo dos estudos organizacionais (Paula, 2012). O sujeito e sua subjetividade (González Rey, 2005) se inserem em um quadro dinâmico no qual estruturas psíquicas dialogam com a linguagem em diversos níveis (Lacan, 1996), demandando explicações para além da noção de essência do sujeito (Dreyfuz e Rabinow, 1995) e que permitam incorporar aspectos a performatividade (Butler, 2017) como aspectos dinâmica e dialeticamente constituintes desse sujeito.
O texto discute as diversas perspectivas de sujeito empregadas por distintas tradições de pensamento: a abordagem sócio-histórica e sua concepção dialética do sujeito no âmbito da interação humana, a Psicanálise e a concepção do sujeito entre as dimensões consciente, inconsciente e imaginária; o Pós-estruturalismo, em particular as contribuições de Foucault e Butler e as dinâmicas de objetivação, subjetivação considerando o sujeito enquanto devir.
A conclusão do texto aponta para a necessidade de se assumir a complexidade de conceitos no campo dos Estudos Organizacionais, que precisam ser encarados em face de sua complexidade intrínseca, e não mediante exercícios artificiais de "separação" e de "redução" conceitual a fim de que "caibam" em disciplinas específicas. Assim, é preciso considerar a complexidade do sujeito a fim de que ele possa ser um elemento mais importante na análise levada a cabo nos Estudos Organizacionais.
BUTLER, J. A vida psíquica do poder. Belo Horizonte: Autêntica, 2017. DREYFUS, H.; RABINOW, P. (Org.). Michel Foucault. Rio de Janeiro: Forense/Universitária, 1995. GONZÁLEZ REY, F. Sujeito e subjetividade: uma aproximação histórico-cultural. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. LACAN, J. O seminário. Livro 11. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. PAULA, A. P. P. Repensando os estudos organizacionais. 2012. 233 f. Tese (Professor Titular) – Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Minas Gerais, 2012.