Resumo

Título do Artigo

“NOSSO NOVO DIRETOR É JUSTO?”: AS PERCEPÇÕES DE SERVIDORES PÚBLICOS SOBRE A JUSTIÇA ORGANIZACIONAL APÓS A TROCA DE GESTÃO
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Palavras Chave

Justiça Organizacional
Mudança Organizacional
Gestão Pública

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Políticas, Modelos e Práticas

Autores

Nome
1 - Josué Eduardo Gomes da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Florestal
2 - Adriana Ventola Marra
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - INSTITUTO DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS - CAMPUS DE FLORESTAL
3 - Samara de Menezes Lara
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Belo Horizonte
4 - Rita de Cassia Bispo do carmo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Florestal

Reumo

Um dos maiores desafios dos gestores de organizações públicas na atualidade é conseguir a cooperação e conquistar o apoio e a confiança dos servidores para que as mudanças organizacionais não fracassem. A teoria da justiça organizacional oferece subsídios para a compreensão do processo de implementação e dos resultados da mudança organizacional, integrados com as percepções das pessoas que foram afetadas por essas mudanças sobre o tratamento dispensado pelos gestores (KIMBERLEY; HÄRTEL, 2007). A percepção negativa de justiça pode acarretar em resistência à mudança proposta pela organização.
Finalizado o primeiro ano da nova gestão, considerou-se oportuno investigar o seguinte problema: Quais são as percepções de justiça organizacional dos servidores técnicos-administrativos da UFV/CAF, a partir das mudanças ocorridas por essa troca de gestão? O presente estudo buscou identificar as percepções de justiça organizacional após uma troca de gestão na Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal (UFV/CAF) para compreender o comportamento dos servidores frente às mudanças ocorridas.
O contexto das mudanças sociais, políticas e econômicas é centro de estudo neste início de século por vários autores (WOOD JR, 2009). A mudança organizacional gera uma sensibilidade aumentada para a percepção de (in) justiça, ou seja, de distribuição de recursos, procedimentos e tratamento. A percepção de justiça organizacional pode ser entendida como o grau em que os servidores acreditam que o processo de tomada de decisões, os procedimentos utilizados, e o tratamento dado aos membros de uma organização são considerados justos (GREENBERG, 1990; KIMBERLEY; HÄRTEL, 2007; JESUS; ROWE, 2014).
Considerou-se neste o estudo o modelo tridimensional de justiça organizacional: percepção de justiça distributiva; percepção de justiça de procedimentos e percepção de justiça interacional. Utilizou-se da abordagem mista, por meio da aplicação do questionário validado por Rego (2002) com 88 questionários válidos e 12 entrevistas. Os dados dos questionários foram analisados por meio de estatística descritiva e univariada: média, mediana, moda e desvio padrão e as entrevistas com roteiro semiestruturado foram gravadas, transcritas e analisadas por meio da análise de conteúdo (BARDIN, 2004).
Os servidores percebem a justiça como indiferentes com 66%, 19% como forte e 15% como fraca. A percepção de justiça forte na instituição foi: 25% para a justiça distributiva; 20% para a justiça processual; e 20% para a justiça interacional. E a percepção de justiça considerada fraca da organização foi: 22% para a justiça distributiva; 18% para a justiça processual; e 18% para a justiça interacional. Contudo, na análise dos dados qualitativos, destacou-se uma insatisfação com a nova gestão ocasionada principalmente pela percepção negativa de justiça interacional e distributiva.
Em suma, os resultados encontrados podem dizer que os indivíduos da organização se consideram indiferentes (66%) além de se ter dois polos opostos com resultados semelhantes, com a percepção de justiça fraca (15%) e forte (19%), representando uma dicotomia presente dentro da instituição. Já nas entrevistas, os procedimentos estabelecidos foram considerados justos, porém, a forma como a direção coloca-os em prática não foi considerada justa, afetando a percepção de justiça interacional. Além disso, a forma como é feita a distribuição dos recursos ainda não é transparente para todos os membros.
GREENBERG, J.. Organizational justice. Journalof Management,v.16,n.2, p.399-432,1990. JESUS, R.; ROWE, D. Justiça organizacional percebida por professores dos ensinos básico, técnico e tecnológico. RAM, São Paulo, v.15, n.6, p.172-200, 2014. KIMBERLEY, N.; HÄRTEL, C .E. J.Building a Climate of Trust during Organizational Change.HÄRTEL,C.E.J.; ASHKANASY, N.M; WILFRED J. ZERBE W.J. (org.)Functionality, Intentionality and Morality,vol. 3,Emerald Group Publishing Limited,p.237-264,2007. WOOD JR., T.Mudança organizacional: aprofundando temas atuais em administração de empresas.São Paulo:Atlas,2009.