1 - Gustavo Gonçalves UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA
2 - Thiago de Luca Santana Ribeiro UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Memorial Barra Funda
3 - Jose Eduardo Storopoli UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Memorial
4 - Benny Kramer Costa UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
Reumo
A habilidade das organizações em reconhecer o valor de novas informações externas, assimilá-las e aplicá-las comercialmente (Zahra & George, 2002) é o fenômeno conhecido como capacidades absortivas. Em grande parte, as capacidades abortivas explicam por que algumas empresas prosperam diante das complexidades do mercado e outras vão à falência - sendo, portanto, considerada como fator determinante para o desempenho das organizações (Cohen & Levinthal, 1990; Zahra & George, 2002).
Como se desenvolvem as capacidades absortivas das IES nos processos de captação de alunos? De tal forma, este estudo se propõe a analisar e caracterizar os processos de aquisição, assimilação, transformação e aplicação dos conhecimentos adquiridos pelas IES brasileiras em resposta ao dinamismo do mercado, especialmente referente aos processos de captação de alunos.
Cohen e Levinthal foram pioneiros em relação à capacidade absortiva e identificaram três dimensões do construto: a) a habilidade do reconhecimento do valor de um novo conhecimento externo; b) a capacidade de assimilação deste novo conhecimento; e c) a capacidade de comercialização deste novo conhecimento. Adiante, em artigo seminal o construto foi reconceitualizado com quatro dimensões (aquisição, assimilação, transformação e exploração) divididas em dois grandes conjuntos: a) capacidade absortiva potencial e b) capacidade absortiva realizada (Zahra & George, 2002).
Usamos o método de caso estendido (Burawoy, 1991) como um guia para a análise de dados. Esta abordagem possibilita aos pesquisadores usar dados empíricos coletados por meio de estudo de caso para reconceitualizar e estender teorias.Burawoy (1991), desenvolvedor do estudo de caso estendido, menciona que "A geração de teoria a partir do zero foi talvez imperativa no início do empreendimento sociológico, mas com a proliferação de teorias a reconstrução se torna cada vez mais urgente".
Ao comparamos as capacidades absortivas das IES, percebemos que as IES com mais tempo de mercado e maior tamanho normalmente apresentam capacidades absortivas mais maduras e isto auxilia no desafio de suplantar as resistências. Apesar disso, a grande maioria das IES, jovens ou maduras, apresentaram dificuldades em compartilhar os novos conhecimentos e o que ficou claro é que as principais estratégias para contornar essas dificuldades são: fluxos limpos de informação; treinamento de capacitação de lideranças e demais colaboradores, reuniões semanais, transparência e novas rodadas de reuniões.
Praticamente todas as IES mencionaram benefícios com as mudanças e inovações implantadas, desde aumento do número de matriculados até inovação em seus processos, tornando-os “mais ágeis e consistentes, incluindo as informações de acompanhamento e controle” (Gerente de TI da IES G). Apesar dos efeitos imediatos, descobrimos que a grande maioria das IES brasileiras estão em fase de desenvolvimento de suas capacidades absortivas assinalando que continuam monitorando e identificando ajustes e melhorias.
Burawoy M. (1991). Ethnography Unbound. Calirfonia: University of California.
Cohen, W. M., & Levinthal, D. A. (1990). Absorptive capacity: a new perspective on learning and innovation. Administrative Science Quarterly, 35(1), 128-152.
Danneels, E. (2002). The dynamics of product innovation and firm competences. Strategic Management Journal, 23(12), 1095-1121.
Zahra, S., & George, G. (2002). Absorptive capacity: A review, reconceptualization, and extension. Academy of management review, 27(2), 185-203.