Resumo

Título do Artigo

INCERTEZA POLÍTICA E ECONÔMICA E VOLATILIDADE DOS MERCADOS ACIONÁRIOS DOS PAÍSES DO BRICS: UMA APLICAÇÃO DA MODELAGEM GARCH-MIDAS
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Palavras Chave

INCERTEZA POLÍTICA
VOLATILIDADE
GARCH-MIDAS

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - ALINE MOURA COSTA DA SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) - DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE
2 - ANNA PAOLA FERNANDES FREIRE
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - DFC
3 - OTAVIO RIBEIRO DE MEDEIROS
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais

Reumo

A medição da volatilidade dos mercados financeiros é um desafio primário da gestão de risco. Sua mensuração e projeção permitem que os agentes econômicos tomem decisões mais robustas sobre a alocação de ativos, gerenciamento de risco, formação da estratégia de hedge, negociação de derivativos e otimização de portfólio. Embora haja uma literatura extensa sobre os efeitos macroeconômicos e a volatilidade, tais estudos limitavam-se às análises de determinadas variáveis macroeconômicas com um intervalo de frequência mais extenso, por precisarem estar na mesma frequência na regressão aplicada.
Como a incerteza política e econômica influencia a volatilidade dos mercados acionários dos países representantes do BRICS, por meio da modelagem GARCH-MIDAS?O objetivo deste artigo, inicialmente, foi examinar o efeito de duas variáveis, o índice de incerteza política e econômica (EPU) e a taxa de inflação (CPI), proxy de incerteza econômica, individualmente, sobre a volatilidade do mercado acionário dos países pertencentes ao BRICS, com a aplicação do modelo GARCH-MIDAS. Além disso, o artigo também se propôs a avaliar a projeção dessa volatilidade com base naquelas variáveis.
A aplicação do modelo GARCH-MIDAS foi vista em: Yin e Zhou (2016), ao examinarem o papel da especulação e dos fundamentos econômicos no petróleo dos EUA. Mo et al. (2018) investigaram os mercados emergentes de commodities da China e Índia, por meio de variáveis macroeconômicas que avaliam o ambiente econômico, política monetária e informação do mercado financeiro. Amendola, Candila e Gallo (2018) investigaram os possíveis impactos macroeconômicos na volatilidade do mercado financeiro americano. Fang, Yu e Xiao (2018) analisaram o mercado de ouro dos EUA.
A amostra contemplou os dados diários dos índices das Bolsas dos países representantes do BRIC: Brasil (IBOVESPA), Rússia (IMOEX), Índia (NIFTY100) e China (SHANGHAI) e dados mensais dos índices EPU e da taxa de inflação (CPI) de cada país, de dezembro de 2005 a agosto de 2018., por meio da modelagem GARCH-MIDAS, além de propor uma projeção dessa volatilidade com base naquelas variáveis, para os países pertencentes ao BRICS
O teste ADF identificou que as séries são estacionárias. De modo geral, com exceção do Brasil, a volatilidade total não seguiu o mesmo comportamento da volatilidade condicional, como visto nos demais países. Foi verificada uma relação positiva entre tais variáveis e a volatilidade dos retornos dos mercados do BRIC. Para o Brasil e Rússia, os modelos com base apenas na volatilidade realizada foram melhorados com a inclusão das variáveis EPU e CPI. As projeções baseadas na volatilidade realizada, para 2 e 3 passos à frente, superaram as projeções que incluíram as variáveis macro.
O EPU é mais indicado para a projeção da volatilidade dos índices representativos dos mercados acionários dos países integrantes do BRIC, se comparado à CPI. Ademais, a projeção 1 passo à frente a partir do modelo que adiciona a variável EPU, supera, em geral, a projeção baseada na volatilidade realizada.
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