Resumo

Título do Artigo

MODELO INTEGRADO DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E VÍNCULOS ORGANIZACIONAIS: no final, o que vale são as regras.
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Palavras Chave

Qualidade de Vida no Trabalho
Vínculos Organizacionais
Comprometimento, Entrincheiramento, Consentimento

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - Mirian Serrão Vital
-
2 - Kely César Martins de Paiva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD
3 - Jefferson Rodrigues Pereira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Cepead - Campus Pampulha

Reumo

Considerados fenômenos contemporâneos, Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e Vínculos Organizacionais (comprometimento, entrincheiramento e consentimento) têm sido estudados de modo independente, apesar de esforços localizados de pesquisas sobre relações entre QVT e o vínculo de comprometimento organizacional. Verificou-se como lacuna, em pesquisas nacionais e internacionais, estudos que analisassem relações entre QVT e vínculos de comprometimento, entrincheiramento e consentimento de modo integrado, o que é realizado neste artigo. A QVT pode ser uma variável antecedente de tais vínculos.
Os sujeitos de pesquisa são profissionais médicos e enfermeiros, pertencentes à Estratégia Saúde da Família (ESF), pelo fato de o trabalho desenvolvido pelos mesmos exercer papel central na eficiência e eficácia do referido programa. Diante do questionamento “como se relacionam Qualidade de Vida no Trabalho e Vínculos Organizacionais (comprometimento, entrincheiramento, consentimento) de profissionais da ESF?”, tomou-se por objetivo deste estudo propor e validar um modelo que relacionasse tais construtos, na percepção de médicos e enfermeiros pertencentes à ESF, de Manaus (AM).
No estudo aqui apresentado, QVT será analisada a partir do modelo de Hackman e Oldham (1975) e, para aprofundamento dos vínculos organizacionais de comprometimento, entrincheiramento e consentimento, será adotado tanto o modelo tridimensional de comprometimento de Mayer e Allen (1991), como os desdobramentos de tais estudos no Brasil a partir das contribuições de Silva (2009, 2013), Rodrigues e Bastos (2010) e Rodrigues (2011). Hackman e Oldham (1975) consideram a QVT em função da relação existente entre as características do ambiente de trabalho e as necessidades individuais.
Para a identificação e análise dos principais fatores de influência entre os construtos abordados, realizou-se um estudo descritivo-explicativo de abordagem quantitativa, junto a 98 enfermeiros e 63 médicos (Collis & Hussey, 2006). Os dados foram analisados por meio das técnicas de Análise Fatorial Exploratória (AFE) e Modelagem de Equações Estruturais (Structural Equation Modeling, SEM). Trata-se de técnicas multivariadas de dados, sendo que a segunda permite que sejam analisadas várias relações de dependência simultâneas, além de estimar uma série de regressões múltiplas separadamente.
A Comunicação tem impacto indireto no Consentimento normativo-burocrático, cujas variáveis denotam a realização das atividades em função da necessidade de se seguir regras e obedecer parâmetros, essencial no campo da saúde, que segue protocolos em nível nacional e internacional. O Comprometimento influencia positivamente os dois construtos de Consentimento: quanto mais afetos, mais se entende a necessidade de se seguirem as regras por si mesmas (normativo-burocrático), bem como se submete à autoridade da chefia entendida (técnico-hierárquico), provavelmente entendida suficiente de crédito.
A exclusão, na análise fatorial exploratória, de diversos construtos “consagrados” nos estudos sobre QVT realizados no Brasil, leva à necessidade de se replicar a pesquisa em outras unidades da ESF, de modo a se elucidar melhor que dimensões da tarefa e que satisfações específicas realmente fazem sentido para os profissionais envolvidos, bem como a manutenção – ou não – da exclusão de construtos dos estados psicológicos críticos e de satisfações gerais. A subdivisão de Consentimento em duas “dimensões” também é um ponto interessante, notando-se um modo distinto de “simplesmente” seguir regras.
Meyer, J. P., & Allen, N. J. (1991). A three-component conceptualization of organizational commitment. Human Resource Management Review, 1, 61-89. Hackman, J. R., & Oldham, G. R. (1975). HACKMAN, J. R., & OLDHAM, G. R. Development of the job diagnostic survey. Journal of Applied Psychology, v. 60, n. 2, p. 159-170. Rodrigues, A. C. A., & Bastos, A. V. B. (2010). Problemas conceituais e empíricos na pesquisa sobre comprometimento organizacional: Uma análise crítica do modelo tridimensional de J. Meyer e N. Allen. Revista de Psicologia Organizacional e do Trabalho, 10 (2), 129-144.