Resumo

Título do Artigo

INOVAÇÃO, RUPTURA INSTITUCIONAL E PLATAFORMAS TECNOLÓGICAS: MECANISMOS DE DISRUPÇÃO SOB VIÉS DA ABORDAGEM PRÁTICA
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Disrupção Institucional
Plataformas Tecnológicas
Inovação

Área

Gestão da Inovação

Tema

Políticas, Estratégias, Instituições e Internacionalização da Inovação

Autores

Nome
1 - Wilquer Silvano de Souza Ferreira
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Belo Horizonte
2 - Gláucia Maria Vasconcellos Vale
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - ppga

Reumo

As transformações promovidas pelos avanços tecnológicos, sobretudo pelas plataformas tecnológicas têm impactado drasticamente diversos setores e instituições, anterando as crenças, regras, normas e sistemas regulatórios. Em que pese sua importância, a disrupção institucional, seus mecanismos e consequências, têm sido negligenciada por teóricos organizacionais, sobretudo em estudos sobre plataformas tecnológicas. A medida que as variações da prática respondem pela transformação institucional, a abordagem prática contribui para o entendimento desse particular e negligenciado tipo de disrupção.
Diante do exposto, o presente artigo, um ensaio teórico, tem como questão de pesquisa: Como a abordagem prática pode auxiliar no estudo dos mecanismos promotores de disrupção institucional em plataformas tecnológicas? O objetivo central é lançar luzes sobre a temática da disrupção institucional em plataformas, partindo do resgate dos principais mecanismos, sob viés da perspectiva prática, que levariam à ruptura e a mudança institucional.
A abordagem institucional prática focaliza nas ações e interações entre atores para criar, manter e interromper (disrupt) instituições (Thornton, Ocasio & Lounsbury, 2012). A disrupção institucional ocorre quando uma lógica dominante é substituída ou por outra (novas crenças, regras, normas e sistemas regulatórios). Lawrence e Suddaby (2006) distinguem três tipos de mecanismos de dirupção institucional: a) abandono de sanções e recompensas, b) dissociação de fundamentos morais, regras e tecnologias institucionalizadas, e c) supressão de suposições e crenças.
Constata-se que as plataformas de compartilhamento possuem mecanismos promotores de disrupção institucional (Zvolska, Palgan, & Mont, 2019), seja trabalhando para desinstitucionalizar a propriedade em bases morais, com alternativas de consumo mais sustentáveis, ou minando suposições culturais-cognitivas, tais como hospedar estranhos em casa, ou compartilhar pertences com estranhos. Nesse contexto, novas valores, crenças, regras, normas e sistemas regulatórios são inseridos, dando origem a novos vocabulários de prática, o que levaria à dirupção institucional.
A abordagem institucional prática torna-se útil no entendimento da disrupção institucional em plataformas, dado que essas reúnem mecanismos que podem influenciar as ações e interações dos atores institucionais, que ao modificar as práticas institucionalizadas, podem interromper instituições, resultando em uma lógica suprimida e outra dominante. Os mecanismos, aqui destacados, representam um avanço no entendimento deste tipo particular de organização. Observa-se que a disrupção institucional, apesar de pouco explorada, constitui um fator inerente às plataformas de consumo compartilhado.
Lawrence, T.B., Suddaby, R., 2006. Institutions and institutional work. In: Clegg, S.R.H., Cynthia, Lawrence, Tom, Nord, Walter R. (Eds.), The SAGE Handbook of Organization Studies, second ed. SAGE Publications Inc, London, pp. 215e254. Thornton, P.H., Ocasio, W., Lounsbury, M., 2012. The Institutional Logics Perspective: a New Approach to Culture, Structure and Process. Oxford University Press, Oxford. Zvolska L., Palgan Y. V.,& Mont O. (2019). How do sharing organisations create and disrupt institutions? Towards a framework for institutional work in the sharing economy, Journal of Cleaner.