Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO ENVOLVENDO CICLISTAS EM RIBEIRÃO PRETO/SÃO PAULO
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Palavras Chave

Acidentes de Trânsito
Ciclistas
Ciclovias/Ciclofaixas

Área

Administração Pública

Tema

Promoção da Eficiência, Otimização de Processos e de Recursos Públicos

Autores

Nome
1 - Adrieli Letícia Dias dos Santos
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto - Administração
2 - André Lucirton Costa
FEA-RP/USP - RAD

Reumo

Os acidentes de trânsito no Brasil, além de apresentarem problemas sociais e econômicos, são também uma questão de saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o Brasil ocupa o quarto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito. Todos os anos os acidentes de trânsito matam quase 1,3 milhões de pessoas, e 50% dessas vítimas são usuários vulneráveis de trânsito, como motociclistas, pedestres e ciclistas. A bicicleta é o veículo individual mais usado do Brasil, e mesmo assim não há uma infraestrutura adequada para o uso do modal na maioria das cidades do país.
O estudo busca elucidar a seguinte questão: as políticas públicas de incentivo ao uso de bicicletas, como ciclovias e ciclofaixas, reduzem os acidentes de trânsito envolvendo ciclistas e seus custos, e melhoram o trânsito e a qualidade de vida dos cidadãos? Nesse contexto, o presente estudo visa analisar os acidentes de trânsito envolvendo ciclistas em Ribeirão Preto/SP e a eficácia e importância de ciclovias e ciclofaixas para a redução desses acidentes, promovendo a informação, conscientização e a melhoria no trânsito da cidade.
O Brasil possui a 6ª maior frota de bicicletas do mundo (ABRACICLO, 2015). O último levantamento sobre acidentes de trânsito feito em 2014 pelo Ministério da Saúde, estima que trinta e dois ciclistas são internados por dia no Brasil vítimas de acidentes. Uma das soluções urbanísticas encontradas para maior proteção dos usuários de bicicletas e diminuição do número de acidentes envolvendo esse grupo é a construção de ciclovias. (SILVA 2014; GUERREIRO,2014). Ribeirão Preto possui uma estrutura falha para ciclistas, as ciclovias não se encontram e há pouco incentivo para os ciclistas na cidade.
O estudo é descritivo e utilizou dados secundários das bases de dados públicas do departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (Datasus) e do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga SP), além das bases privadas da Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp). No estudo foram analisadas as internações registradas sob os códigos da CID-10 decorrentes de causas externas: acidentes de transporte. O período analisado foi de jan./2009 até dez./2018 na cidade de Ribeirão Preto/SP.
Entre 2009 a 2018, ocorreram 1.738 internações de ciclistas em Ribeirão que custaram 3 milhões ao Sistema Único de Saúde e 1.154 internações em Sorocaba/SP, com custo de 1,4 milhões, com maioria homens e jovens em ambas as cidades. Vale ressaltar que a cidade de Ribeirão gastou com internações de ciclistas mais que o dobro se comparado a cidade de Sorocaba. O perfil dos ciclistas internados e mortos encontrados em ambas as cidades se assemelham com outros estudos sobre o perfil de acidentados por acidentes de trânsito.
De acordo com os resultados, pode-se concluir que Ribeirão Preto possui um trânsito hostil e perigoso para os ciclistas. Além de contar com poucos quilômetros de ciclovias e ciclofaixas e pouco estímulo para o uso de bicicleta, a cidade também possui uma enorme frota de veículos automotores, o que intensifica o tráfego da cidade, causando lentidão em pontos movimentados e poluição do ar da cidade.
ABRAMET, 2012.Ciclistas: os mais novos vulneráveis no trânsito. GUERREIRO, Irina Silva. UNIVERSIDADE DE LISBOA, 2014. G1. Brasil tem, em média, 32 ciclistas internados por dia devido a acidentes. 2017. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Levantamento de 2014. OMS. Estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre mortes por acidentes de trânsito em 178 países é base para década de ações para segurança. SOUZA, Carlos A. M.; CONSTANTINO, Patrícia; BAHIA, Camila . Ciênc. saúde coletiva. 2016.