2 - Lilian Aparecida Pasquini Miguel UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Centro de Ciências Sociais e Aplicadas
Reumo
A saúde suplementar no Brasil é um mercado relativamente novo. Foi constituída formalmente no ano de 1998. Por ser um mercado novo, não é de se estranhar que as ações para sua regulação estejam tomando força nos dias de hoje, com a publicação da Resolução Normativa nº 443 em 2019, que dispõe sobre adoção de práticas mínimas de governança corporativa, com ênfase em controles internos e gestão de riscos. Este trabalho propõe um processo de aculturamento da gestão de riscos visando a geração de valor às operadoras e seus colaboradores, não apenas o atendimento ao órgão regulador.
As operadoras podem adequar suas operações para gerenciar os riscos de forma efetiva. Visando à melhoria contínua, é necessário que sejam desenvolvidas formas mais práticas e menos burocráticas, acompanhando as necessidades apresentadas nesse novo mundo, adequadas às exigências das novas gerações, e atender aos desafios que as empresas enfrentarão num futuro próximo. Para que as operadoras possam conciliar os desafios apresentados com as exigências do órgão regulador, é necessário avaliar tanto o mercado atual no qual estão inseridos como as possibilidades metodológicas disponíveis.
Com base nos dados coletados, é possível concluir que, segundo Santos (2015), o empowerment garante às organizações e seus colaboradores maior união, entusiasmo, comprometimento com a visão, missão e os objetivos organizacionais, além de criar um ambiente propício a novas descobertas. Vislumbra-se a oportunidade de transformar a gestão de riscos por meio do empoderamento dos colaboradores, para responder a esta técnica, em decorrência da característica ética apresentada, proposta essa a ser estruturada por meio da convergência dos dados coletados e das metodologias identificadas.
Para a efetiva criação de valor aos envolvidos na Cadeira de Suprimentos - Gestão de Riscos, foi utilizado o processo proposto por Miguel, Marcondes e Caldeira (2018), para a efetivação da criação de valor aos clientes, que neste trabalho, são os colaboradores. Para a implantação da gestão de riscos nas operadoras, de modo a criar uma cultura que empodere todos os colaboradores com base no processo de empoderamento, este trabalho traz a proposição de um processo de Aculturamento de Gestão de Riscos.
Com a implantação do processo proposto, espera-se que as empresas tenham, a médio e longo prazos, maior confiança em seu quadro de funcionários, a redução de custos de transação em decorrência da diminuição de necessidades de controles para gestão dos riscos, aumento da qualidade dos serviços prestados e a manutenção em seu quadro de talentos que tiverem valores sinérgicos aos seus. O processo, ainda, tende a diminuir a burocracia envolvida, aumentar a responsabilidade dos colaboradores e criar uma cultura voltada à ética e tomada de decisões benéficas para a empresa como um todo.
A intervenção proposta proporciona uma solução cuja contribuição social se dá por meio da criação de valor focada na valorização do colaborador como peça chave para a gestão de riscos das operadoras, que têm um desafio de implantar uma estrutura que atenda às necessidades do órgão regulador e que seja sustentável ao longo dos anos. A ideia é que o processo não seja apenas uma estrutura para atender às regulamentações, mas para trazer ganhos efetivos às empresas, transformando culturas, tornando-se um diferencial também, que impacte indiretamente na satisfação dos clientes finais.