Resumo

Título do Artigo

AUTORIA DE PESQUISAS APLICADAS PRODUZIDAS NO LABORATÓRIO DE GESTÃO
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Palavras Chave

autoria
jogo de empresas
pesquisa aplicada

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Ambientes de ensino-aprendizagem

Autores

Nome
1 - Maria Carolina Conejero
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - PPGA
2 - Antonio Carlos Aidar Sauaia
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - São Paulo, SP

Reumo

A palavra autor deriva do latim auctor-óris que significa “o que produz, o que gera, faz nascer, fundador, inventor” (HOUAISS; VILLAR, 2001), evidenciando uma ideia de originalidade. Algumas questões tornam-se relevantes para examinar a acepção de autoria: O que é um autor? O que é uma obra? Qual é a relação do autor e da obra com o sujeito?
Em tempos de produção científica estimulada em larga escala nos cursos superiores é desafiador para um estudante de graduação produzir, no decorrer de uma disciplina semestral, uma boa pesquisa teórico-empírica em formato de artigo científico. Este estudo tem como objetivo oferecer um arcabouço teórico sobre autoria para auxiliar estudantes e pesquisadores na identificação de indícios de autoria ao produzirem seus textos acadêmicos na disciplina Laboratório de Gestão, na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).
As seguintes acepções de autoria para a produção de textos acadêmicos podem ser consideradas: (i) a presença de um sujeito não uno que se multiplica na enunciação, baseando-se na teoria polifônica da enunciação (DUCROT, 1987); (ii) a concepção de responsabilidade ao mostrar que o sujeito tem consciência do que enuncia (PÊCHEUX, 1997); (iii) a mudança de paradigma ao marcar a presença do sujeito como um pensador-intelectual (ou um gênio) (BACHELARD, 2001); e (iv) a marca de estilo ao exprimir o modo como se relacionam a forma e o conteúdo no texto escrito (POSSENTI, 2002).
A partir do vazio da assimilação das regras econômicas e do contato preliminar com os textos acadêmicos de cada área funcional os estudantes-gestores (E-g) podem iniciar um processo de (res)significação para entender os desdobramentos dos sujeitos como locutores e enunciadores, ou seja, a dinâmica da multiplicação do sujeito-autor na enunciação (DUCROT, 1987; CAMPOS, 2011). Buscando avançar a compreensão das funções gerenciais no jogo de empresas, os estudantes-gestores (E-g) podem evoluir (ou não, evidentemente) de uma fase de alienação para separação e construir saber científico.
Discutir as acepções de autoria no âmbito universitário permite entender que o aprender sobre um determinado fenômeno e/ou objeto vai além da acumulação de saberes prontos transmitidos. Desta forma, torna-se necessário o (re)pensar do papel da universidade como um novo espaço significante para a (re)construção do conhecimento e a formação de discursividades singulares, permitindo uma (res)significação dos saberes e do papel dos estudantes-gestores (E-g) (com E maiúsculo), como sujeitos autônomos (“sujeitos que vem jogar a sua partida”) e responsáveis pela sua aprendizagem.
BAKHTIN, M. Questões de literatura e estética. São Paulo: UNESP-Hucitec, 1975. BARTHES, R. A morte do autor. In: BARTHES, R. O Rumor da língua. Lisboa, Portugal: Edições 70, 1984. CARREIRA, A. F. Autoria e fantasia: cons(c)ertando a realidade insatisfatória. IN: TFOUNI, Leda Verdiani. Mútiplas faces da autoria: análise do discurso, psicanálise, literatura, modernidade e enunciação. Ijuí: Ed. Unijuí, 2008. SAUAIA, A. C. A. Laboratório de Gestão: simulador organizacional, jogo de empresas e pesquisa aplicada. 3ª edição revisada e atualizada. Barueri, SP: Manole, 2013.