Resumo

Este artigo considera que para existir, o TBC precisa reunir fatores determinantes para sua subsistência, tais como: estruturas governamentais, tomada de decisão, processos decisórios, participação dos atores sociais envolvidos nas experiências turísticas, governança interna, entre outros. Assim, se torna substancial entender como funciona o processo de governança em uma experiência turística de base comunitária. Nesse direcionamento o TBC possui como princípios básicos de sua estruturação a participação e o protagonismo dos membros da comunidade (Albuquerque, 2016).

Esta pesquisa propõ-se a analisar a participação dos atores sociais e a eficácia na experiência turística de base comunitária Fundação Casa Grande: Memorial do Homem do Kariri-FCG, a partir da aplicação do Modelo de Análise da Governança do Turismo de Base Comunitária (MAG do TBC) Proposto por Albuquerque (2016) como Modelo de Análise de Governança do TBC.

O TBC vem se consolidando como uma alternativa de turismo diferenciado, que pode ser ambientalmente correto, mas que não é prerrogativa que seja, e como uma alternativa viável para a organização do turismo no âmbito local. A dimensão eficácia, sendo caracterizado pelo entendimento da estruturação organizacional escolhida para suas práticas. Ao considerar a participação como fundamental no processo de governança em destinos turísticos, o modelo MAG do TBC apresenta quatro elementos constituintes da dimensão da participação, a saber: inclusão, legitimidade, engajamento e processo decisório.

Para obtenção do direcionamento proposto foi desenvolvido um estudo de caso único (Merriam, 2009), possuindo caráter exploratório e descritivo (Hair, 2005), diante da subjetividade de análise identificada, a pesquisa segue uma abordagem qualitativa. O estudo foi realizado na Fundação Casa Grande: Memorial Homem Kariri, que possui sede e atuação na cidade de Nova Olinda – CE. A coletada de dados foi feita por meio de pesquisa semiestruturada, que faz parte do MAG do TBC,Os dados coletados nas entrevistas foram trabalhados por meio da análise de conteúdo.

percebe-se que o lócus estudado tenta seguir uma governança mais descentralizada onde dessa forma os atores sociais podem participar mais ativamente das decisões. Porém, a decisão final ainda fica restrita aos diretores das atividades dos projetos e aos fundadores. O elemento legitimidade na perspectiva da participação na governança em TBC tem como prerrogativa reconhecer as lideranças nas experiências turísticas, analisar como as regras e a autoridade dos líderes são definidas e qual a percepção dos envolvidos diante desses fatores.

Uma das considerações finais a ser apresentada é referente ao tipo da participação apresentada na FGC que foi caracterizada como bottom-up. No que tange o mapeamento dos atores sociais que tem participação na governança do TBC concluiu-se que mesmo havendo uma filosofia que estimula e promove a participação dos atores sociais envolvidos no TBC no que tange a governança, existe uma hierarquia no comando das atividades e das decisões tomadas. Ficou evidenciado também que a participação na governança da FCG ocorre de forma integrada.

CRESWELL, J. W. (2010). Projeto de Pesquisa: Métodos Qualitativos, Quantitativos e Mistos. 3ª ed. Artmed, Porto Alegre. FCG. (2017) Fundação Casa Grande: Memorial do Homem Kariri. Blog institucional. Retrieved January 04, 2017. https://blogfundacaocasagrande.wordpress.com/. Freeman, C. (1996) The greening of technology and models of innovation: technological forecasting and social change, v.53, n.01, September, 1996. Hallack, N.; Burgos, A.; Carneiro, D. M. R. (2011). Turismo de base comunitária: estado da arte e experiência brasileiras. ambientalmentesustentable. Janeiro-decembro 2011, ano IV