Resumo

Título do Artigo

AS FERRAMENTAS DE GESTÃO ESTRATÉGICA MAIS CITADAS: UMA COMPARAÇÃO ENTRE A LITERATURA ACADÊMICA E A EXECUTIVA
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Palavras Chave

Ferramentas
Gestão Estratégica
Processos e Práticas

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Processo Estratégico nas Organizações

Autores

Nome
1 - Valter Henrique Ferreira de Morais
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas
2 - Luiza Magalhaes Queiroga Miranda Barroso
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3 - Bernardo de Castro Silva Menegale
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4 - Júlia Araújo Tiso Mudrik
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Pampulha
5 - Jonathan Simões Freitas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas

Reumo

Ferramentas de gestão estratégica (FGEs) constituem um dos principais temas da corrente de pesquisa focada nos processos e práticas de estratégia. Desde o final da década de 1990, vários levantamentos vêm sendo realizados junto a organizações de todo o mundo, tanto por acadêmicos quanto por consultorias globais, a fim de identificar as ferramentas mais usadas e os fatores que condicionam esse uso e a sua efetividade percebida.
Verifica-se uma confusa diversidade nos conceitos e nomenclaturas utilizados nesses estudos, dificultando a definição de conclusões coerentes sobre quais são, de fato, as FGEs mais usadas nas organizações. Além disso, não há uma comparação entre as evidências obtidas por acadêmicos versus aquelas coletadas por consultores. O objetivo deste artigo é, portanto, contribuir para suprir essa lacuna, a partir de uma revisão comparativa das principais publicações nesses dois âmbitos de divulgação das pesquisas, oferecendo algumas primeiras proposições teóricas para explicar as evidências encontradas.
FGEs são entendidas como o encapsulamento de teorias de estratégia em frameworks e métodos de intervenção que tenham validade pragmática nas organizações. Sabe-se que essa praticidade de uma ferramenta influencia o quanto ela é usada e depende de: (a) um modo visual de representação do conhecimento em questão; (b) uma forma que favoreça a “abertura” necessária para facilitar ricas discussões entre múltiplas perspectivas relevantes; (c) a capacidade de ajudar a conduzir o processo de reflexão coletiva; e (d) uma simplicidade flexível para favorecer uma interação contextualizada; dentre outros.
Este trabalho consistiu em uma revisão comparativa de literaturas. Mais especificamente, foram levantadas e comparadas listas de FGEs citadas em publicações acadêmicas ou executivas. A partir dos critérios estabelecidos, foram revisadas as listas contidas em 17 artigos acadêmicos de repercussão internacional especializados no tema (cobrindo as últimas três décadas) e 9 relatórios da mais abrangente pesquisa estatística sobre o uso de FGEs no mundo, realizada pela consultoria Bain & Company Inc. (cobrindo as últimas duas décadas).
A análise das listagens corrobora com a tese de que ferramentas pragmaticamente úteis são ferramentas predominantemente de caráter “aberto”, que estimulam debates, análises sob diferentes perspectivas e que envolvam diferentes agentes para tomada de decisão. Além disso, nota-se maior recorrência de FGEs cuja aplicação seja flexível e adaptável a diferentes realidades, setores e níveis de maturidades, consolidando a universalização da estratégia. Observou-se, ainda, a baixa presença de ferramentas cuja metodologia seja predominantemente visual, como matrizes e tabelas.
O trabalho lança luz sobre o conjunto de ferramentas que, de fato, são identificadas como FGEs, e fornece explicações para os padrões observados em cada literatura e as diferenças entre eles. Por outro lado, quanto à literatura acadêmica, foram incluídos apenas artigos indexados na seletiva base de dados ISI Web of Science Quanto à executiva, foram incluídos apenas os guias resultantes de surveys realizados pela consultoria global Bain & Company Inc. a partir do ano 2000. A comparação entre as listas de FGEs mais citadas nas duas literaturas tem de ser considerada ainda exploratória.
JARZABKOWSKI, P.; WILSON, D. C. Actionable Strategy Knowledge: A Practice Perspective. European Management Journal, v. 24, n. 5, p. 348–367, 2006. MOISANDER, J.; STENFORS, S. Exploring the Edges of Theory-Practice Gap: Epistemic Cultures in Strategy-Tool Development and Use. Organization, v. 16, n. 2, p. 227–247, mar. 2009. VUORINEN, T. et al. Mapping the landscape of strategy tools: A review on strategy tools published in leading journals within the past 25 years. Long Range Planning, 2017.