Resumo

Título do Artigo

A DOCÊNCIA ESTÁ DOENTE! A SÍNDROME DE BURNOUT EM DOCENTES BRASILEIROS DO ENSINO SUPERIOR
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Palavras Chave

Burnout
CESQT
Docente no Ensino Superior.

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Significado do Trabalho, Satisfação e Mecanismos de Recompensa

Autores

Nome
1 - Joyce Gonçalves Altaf
Faculdade Machado Sobrinho - Juiz de Fora
2 - Luciano Alves Nascimento
-
3 - MÁRCIO MOUTINHO ABDALLA
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) - PPGA-MPA
4 - Irene Troccoli
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ (UNESA) - Mestrado em Administração e Desenvolvimento Empresarial

Reumo

O burnout foi mencionado pela primeira vez por Bradley (1969). Essa síndrome, de extrema importância, é caracterizada por “uma realidade de stress crônico em profissionais cujas atividades exigem um alto grau de contato com as pessoas” (Perlman & Hartman, 1982). Para seu maior entendimento, muitos autores vêm se esforçando no desenvolvimento de instrumentos para averiguar o burnout em diferentes profissões. Dentre esses instrumentos está Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo (CESQT) de Gil-Monte (2003) aplicado nessa pesquisa para professores universitários.
O presente trabalho se propôs a analisar qual o nível de burnout em professores universitários brasileiros. Buscando atingir esse objetivo, optou-se por utilizar o instrumento CESQT que foi traduzido e adaptado para a realidade brasileira. Assim, foi realizada uma pesquisa quali-quantitiva, tendo se utilizado de uma survey eletrônica para coletar os dados e de insights qualitativos para interpretação dos resultados obtidos através das 137 respostas válidas que foram captadas a partir de um questionário aplicado à professores universitários de todas as regiões do Brasil.
Devido a sua extrema importância e relevância no contexto atual, o termo burnout possui diversas definições, dentre elas, destacam-se as contribuições de (Freudenberger, 1974; Gil-Monte, 2003; Malakh-Pines & Aronson, 1988; Maslach & Jackson, 1981) dentre outros. O referencial teórico do presente estudo dividiu-se em entender o conceito de Burnout e suas principais definições; o Burnout no trabalho docente no ensino superior e os modelos de mensuração do burnout. Ressalta-se que foi desenvolvida uma síntese comparativa dos principais instrumentos avaliação da síndrome dando ênfase ao CESQT.
É possível distinguir dois perfis no processo de síndrome de burnout: aqueles que possuem sentimentos e condutas vinculados ao estresse oriundo do trabalho, mas que não chegam a incapacitar o indivíduo para o desenvolvimento de sua atividade (Perfil 1) e aqueles que têm quadro mais grave e incapacitante (Perfil 2). Uma constatação da pesquisa, que gera preocupação, é o fato de que ocorre um aumento progressivo do quantitativo de professores brasileiros avaliados como “Perfil 2”, segundo as métricas do CESQT, restando evidente um quadro de precarização das condições de trabalho.
O stress ocupacional é um fator que impacta o comportamento dos indivíduos no trabalho. No caso da Síndrome de Burnout, é preciso estar atento ao fato de que ela possui implicações concretas para a saúde física e mental dos indivíduos, impactando, ainda, as dimensões sociais de sua vida. Neste sentido, não se pode negar, inclusive, que a referida síndrome assume importância no contexto da saúde pública, considerando que várias pesquisas, realizadas mundo afora, sinalizam para aumento significativo, ano após ano, da sua incidência e da intensidade dos fatores que a caracterizam.
Bradley, H. B. (1969). Community-based Treatment for Young Adult Offenders. Crime & Delinquency, 15(3), 359–370. https://doi.org/10.1177/001112876901500307 Freudenberger, H. J. (1974). Staff Burn-Out. Journal of Social Issues, 30(1), 159–165. https://doi.org/10.1111/j.1540-4560.1974.tb00706.x Gil-Monte, P. R. (2003). El síndrome de quemarse por el trabajo (síndrome de burnout) en profesionales de enfermería. Revista Eletrônica InterAção Psy, 1(1), 19–33. Perlman, B., & Hartman, E. A. (1982). Burnout: Summary and Future Research. Human Relations, 35(4), 283–305. https://doi.org/10.1177/00187267