Resumo

Título do Artigo

A TRANSPARÊNCIA ATIVA DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS FEDERAIS DO BRASIL: UMA AVALIAÇÃO À LUZ DA LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
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Palavras Chave

Transparência Pública
Transparência Ativa
Universidades públicas federais

Área

Administração Pública

Tema

Relação Governo-Sociedade: Transparência, Accountability e Participação

Autores

Nome
1 - Melina Pompeu de Lima
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) - Programa de Pós Graduação em Administração - Mestrado Profissional
2 - Leonel Gois Lima Oliveira
CENTRO UNIVERSITÁRIO CHRISTUS (UNICHRISTUS) - Graduação em Administração
3 - MÁRCIO MOUTINHO ABDALLA
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) - PPGA-MPA

Reumo

Quando se investiga o tema transparência, a literatura sobre o assunto demonstra um contexto internacional atual de abertura dos governos a um minucioso exame público, a existência de tipos de transparência, com diversas definições e classificações, e normas legais associadas que estabelecem critérios de parametrização. Todos esses fatores atuam associados e influenciam governos em nível mundial, inclusive o Brasil, e, consequentemente, sua estrutura burocrática em todo o país. Razão pela qual pesquisar a transparência de um determinado setor da administração pública federal é relevante.
As universidades públicas federais brasileiras são transparentes? Este questionamento simples pode suscitar outros, como: sob qual aspecto são transparentes? Quais parâmetros podem demonstrar essa transparência? Em qual contexto? Esta pesquisa mostra-se pertinente por objetivar a avaliação da transparência ativa de todas as universidades públicas federais brasileiras – ou seja, avaliar toda uma população de um setor governamental. Considerando a ausência de estudos específicos sobre a União, quiçá determinados setores, as universidades públicas federais constituem importante objeto de análise.
Visando à construção de um suporte teórico para os assuntos interligados ao objetivo do trabalho, a revisão de literatura procurou apresentar um debate sobre transparência e o conceito de transparência ativa adotado na Lei de Acesso à Informação (LAI). As pesquisas sobre transparência inferem-lhe um conceito amplo, incerto, e muitas vezes interpretado como algo simples e óbvio, quando na verdade não é. Já a transparência ativa, contemplada no artigo 8º da LAI, caracteriza-se pela divulgação de informações públicas de forma proativa pelos governos, através de portais governamentais na internet.
Esta pesquisa é aplicada, exploratória e descritiva e de abordagem qualitativa. Quanto aos procedimentos, utilizou métodos diversificados, como: revisão de literatura, diagnóstico e observação direta dos sites institucionais das 63 universidades federais, fazendo uso de um protocolo de navegação orientada, o ‘Guia de transparência ativa para órgãos e entidades do Poder Executivo Federal’, publicado pela Controladoria Geral da União (CGU). Os autores também construíram 2 instrumentos de medição, com pontuação variável. Dessa forma, os procedimentos empregados foram sistematizados em 5 etapas.
Os dados obtidos pelos pesquisadores revelaram a existência de descumprimento em relação às orientações do guia. Por exemplo: quase 90% das instituições não seguem as orientações de dispor um menu ‘Acesso à Informação’, na página inicial do órgão. Ademais, a gama de dados heterogêneos resultantes exigiu um tratamento diferenciado por meio da construção de instrumentos apropriados. Consequentemente, o resultado foi que cerca de um pouco mais da metade das universidades, 36 instituições de 63, (57%) obtiveram pontuação que as classificaram como acima da média no quesito da transparência ativa.
As ausências e/ou incompletudes de informações observadas nos sites das universidades brasileiras – cenário este destoante com o guia da CGU –, na verdade permite compreender que um item pode estar previsto numa norma e simplesmente não existir, e, se existir, não necessariamente seu teor estará completo e em conformidade com um regulamento. Dessa forma, o que se observa é a existência de uma “pseudotransparência”, ao que Mendieta (2012) denomina de opaca. O autor alerta que às vezes a própria transparência ativa pode ser opaca, ao divulgar dados de forma manipulada, parcial e desintegrada.
BALL, C. What is transparency? Public Integrity, v. 11, n. 4, p. 293-307, 2009. HEALD, D. Varieties of transparency. In: HOOD, C.; HEALD, D. (Eds.). Transparency. The key to better governance. New York: Oxford University Press, 2006. p. 25-43. RAUPP, F. M.; PINHO, J. A. G. Review of passive transparency in Brazilian city councils. Revista de Administração da USP, São Paulo, n. 51, p. 288-298, 2016. ZUCCOLOTTO, R.; TEIXEIRA, M. A. C.; RICCIO, E. L. Transparência: Reposicionando o debate. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 12, n. 25, p. 137-158, 2015.