Resumo

Título do Artigo

AGEÍSMO NAS ORGANIZAÇÕES: um estudo em uma rede de distribuição de autopeças na Região Nordeste
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Ageísmo
Envelhecimento
mercado de trabalho

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Temas Emergentes e Modismos em Gestão de Pessoas

Autores

Nome
1 - Diogo Henrique Helal
UNIFBV-Wyden - MPGE
2 - Romário Alves da Silva
UNIFBV-Wyden - 001

Reumo

De acordo com o IBGE (2018) a população brasileira tem mantido a sua tendência de envelhecimento, o que a levou a contar com mais de 30 milhões de idosos no ano de 2017. Percebe-se que a população mais envelhecida se encontra cada vez mais desejosa de se manter produtiva e empregada, seja por uma necessidade financeira ou mesmo pela importância associada ao trabalho. Há de se destacar, além do que já foi indicado, a existência do ageísmo (intolerância com o sujeito idoso por conta da idade), sendo este considerado o terceiro grande “ismo” da sociedade, depois do racismo e do sexismo.
O ageísmo organizacional refere-se a um conjunto de atitudes negativas ou positivas frente ao processo do envelhecer, no qual existe uma valorização ou desvalorização para com a força do trabalho dos mais velhos. Este artigo objetiva analisar as percepções que os funcionários de um grupo de empresas privadas, do setor de autopeças, situadas no Nordeste, possuem sobre a inserção e permanência do sujeito idoso no mercado de trabalho através da utilização da Escala de Ageísmo no Contexto Organizacional (EACO) e da realização de entrevistas semiestruturadas.
O termo ageísmo foi criado por Butler (1969), sendo também conhecido como etarismo, e entendido como toda e qualquer ação que envolva intolerância para com o sujeito por conta da sua idade.Trata-se do processo de estereotipar e discriminar sistematicamente tais indivíduos, que não necessariamente acontece com idosos, afetando tanto crianças como idosos que são os grupos mais atingidos, podendo ser de cunho individual ou institucional. Os sujeitos mais velhos são os que mais vivenciam e lidam com situações de preconceito no mundo organizacional.
Este artigo adotou o método misto sequenciado. Os dados foram coletados em meio a uma estratégia explanatória sequencial, em que os dados quantitativos foram coletados e analisados, seguida da coleta e análise dos dados qualitativos. Na etapa quantitativa, utilizou-se a Escala de Ageísmo no Contexto Organizacional (EACO), validada por França et al. (2017), analisados via Análise Fatorial Confirmatória (AFC). Em relação à análise dos conteúdos obtidos com a entrevista semiestruturada, foi empregada a técnica de análise de conteúdo temático (ACT).
A análise fatorial confirmatória, a partir a aplicação da EACO, indicou que existe uma percepção ageísta e consideravelmente negativa para com o envelhecimento no contexto organizacional em meio à amostra pesquisada. Os resultados do estudo indicaram que os trabalhadores mais velhos consideram o trabalho como algo central em suas vidas. Isso pôde ser visto nas entrevistas, quando tais respondentes indicaram que não desejam se desligar dos seus trabalhos, mostrando a importância deste para o seu modo de ser no mundo.
Percebeu-se que existe uma compreensão bastante negativa acerca do envelhecimento, sobretudo por parte do público mais jovem. No quesito trabalho, os funcionários percebem, entre outros fatores, que a produtividade, a cognição e a realização dos processos tendem a ser os mais afetados, quando se trata de sujeitos mais velhos. Isso pode ser visto tanto através da escala, quanto das entrevistas. Para além do mundo organizacional, as pessoas mais jovens compreendem que o envelhecimento é sinônimo de adoecimentos, limites, incapacidades e não traz algo de muito valioso.
BUTLER, R. N. Age-Ism: Another Form of Bigotry, 1969. Disponível em: . Acesso em: 12 jul. 2018. CEPELLOS, V. M.; TONELLI, M. J. Envelhecimento Profissional: percepções e práticas de gestão da idade. Revista Alcance – Eletrônica, v. 24, n. 01, 2017. FRANÇA, L. H. F. P. et al. Ageísmo no contexto organizacional: a percepção de trabalhadores brasileiro. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2017. GOLDANI, A. M. Desafios do “Preconceito Etário” no Brasil. Educ. Soc., v.31, n.111, 2010.