Resumo

Título do Artigo

GOURMETIZAÇÃO ORGANIZACIONAL NO MAIOR SÃO JOÃO DO MUNDO
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Palavras Chave

Gourmetização Organizacional
Práticas Sociais
Estética

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Abordagens e Teorias organizacionais Contemporâneas

Autores

Nome
1 - Aline Lacerda Lino da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Campus I
2 - Marcelo de Souza Bispo
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Departamento de Administração

Reumo

Uma gastronomia sensorialmente atraente tem sido objeto de interesse científico em diversas áreas como as ciências sociais e os estudos organizacionais. Nas discussões sobre a gastronomia, está à cultura de alimentos gourmet onde a atração sensorial é tida como elemento principal para explicar seu crescimento exponencial nos últimos anos. Nos estudos organizacionais trabalhos anteriores abordaram as percepções sensoriais e julgamentos estéticos proporcionados pelas práticas gastronômicas, mas sem destacar aspectos relacionados à gourmetização e seus impactos nas organizações e nas pessoas.
Apresentar um conceito de gourmetização organizacional a partir dos elementos estéticos gastronômicos da festa junina de Campina Grande-PB (Brasil), também conhecido como o “Maior São João do Mundo”.
Apresentamos uma discussão teórica iniciando pela origem das festas juninas no Nordeste brasileiro seguido por uma apresentação da epistemologia das práticas sociais (Reckwitz, 2002; Nicolini, 2013) e da estética organizacional (Strati, 1992, 2007).
A presente pesquisa é qualitativa. Nos baseamos na etnografia sensorial que tem como fundamento principal a observação multissensorial. O estudo foi conduzido com foco na prática gastronômica do Maior São João do Mundo como unidade de análise. Utilizamos a técnica do shadowing para “seguir” a prática. Também foram realizadas conversas informais com os clientes dos estabelecimentos identificados na pesquisa e realizada a interwiew to the double com os profissionais que se envolviam com a prática (38 pessoas ao total). Realizamos uma análise interpretativa evocativa.
A gourmetização emergiu ao observarmos como os empreendedores do Parque do Povo utilizavam a estética na sua estratégia de produzir e vender os alimentos. Os elementos constituintes da gourmetização organizacional identificados foram o reconhecimento social da gourmetização pelos praticantes, a manutenção dessa prática nos anos de 2017 e 2018, os aspectos materiais que envolvem a prática e seus elementos estéticos. Buscamos evidenciar esses dados coletados no campo colocando-os em diálogo com o referencial teórico utilizado para articular o conceito de gourmetização organizacional.
O estudo da gourmetização organizacional permitiu compreender esse fenômeno dinâmico e emergente como uma prática social. Caracterizar a gourmetização como prática foi possível por meio do seu reconhecimento social, da repetição de atividades, a materialidade e seu apelo estético. A partir desses elementos, um conceito de gourmetização organizacional emergiu da pesquisa.
Gherardi, S. (2006). Organizational knowledge: the texture of workplace learning. Oxford: Blackwell Publishing. Gomez, M. L. & Bouty, I. (2011). The Emergence of an Influential Practice: Food for Thought. Organization Studies, 32(7), 921-940. Lages, M. P. (2015). A formação do consumo gourmet no Brasil: o caso dos cafés especiais e dos corpos que os acompanham. Dissertação (mestrado em sociologia). Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, Brasil. Strati, A. (2007). Sensible knowledge and practice-based learning. Management Learning, 38(1), 61-77.