Resumo

Título do Artigo

CICLO DE VIDA E ORQUESTRAÇÃO DE CLUSTERS: UM ESTUDO LONGITUDINAL NO CLUSTER VITIVINÍCOLA DA SERRA GAÚCHA.
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Orquestração
Ciclo de Vida do Cluster
Cluster

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Cluster e Redes de Negócios

Autores

Nome
1 - BERNARDO SOARES FERNANDES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração
2 - Aurora Carneiro Zen
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Departamento de Ciências Administrativas
3 - vitor klein schmidt
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração

Reumo

O crescente interesse na economia evolucionária direcionou novas pesquisas sobre como os clusters se desenvolvem ao longo do tempo. Um aspecto frequentemente ignorado na literatura de clusters, são as atividades de coordenação e liderança que ocorrem de forma discreta dentro do cluster. Tais ações de liderança ficaram conhecidas como orquestração e tem como objetivo criar e extrair valor da rede. Entretanto, o agente orquestrador, seus interesses e impactos na rede não se mantém constante durante o desenvolvimento do cluster. Nesse sentido, este artigo investiga o processo de orquestração ao l
A orquestração é uma abordagem que foi inicialmente desenvolvida na literatura de redes. Entretanto, na literatura de clusters, a abordagem da orquestração é bastante incipiente. Clusters representam um ambiente favorável para o estudo de orquestrações, tendo em vista que tal estrutura de rede também possui seus desafios, conflitos de interesses e ações conjuntas. O objetivo geral desta pesquisa é analisar o processo de orquestrações e a dinâmica ciclo de vida dos clusters. Para tanto, escolheu-se o cluster Vitivinícola da Serra Gaúcha como caso de estudo, uma vez que o cluster já passou por d
O ciclo de vida de cluster é uma abordagem que compreende o cluster como estrutura que está em constante evolução (TER WALL; BOSCHMA, 2011), a qual emerge, cresce, amadurece, declina e se renova (MENZEL; FORNAHL, 2010). O papel da inovação se torna central na discussão sobre o desenvolvimento dos clusters. A inovação pode ser estimulada ou mitigada pela rede em que o cluster se encontra (DHANARAJ; PARKHE, 2006). Nesse sentido, uma boa orquestração da rede do cluster pode influenciar positivamente toda estrutura do cluster, reduzindo a incerteza, estimulando a cooperação e as trocas de conhecim
Para alcançar o objetivo proposto, optou-se por realizar um estudo longitudinal no Cluster Vitivinícola da Serra Gaúcha (CVSG), um dos mais importantes clusters do Brasil, que possui uma história produtiva vitivinícola com mais 100 anos e que já passou por diferentes estágios do ciclo de vida dos clusters. A pesquisa realizada foi de cunho qualitativo, compreendeu a análise de 23 entrevistas com Diretores, Gerentes e Técnicos de organizações representativas, instituições de suporte e vinícola e a análise documental de 23 documentos.
O estudo define o Cluster estudado como tendo cinco estágios. Também foram elaboradas proposições que apontam que: (i) o número de orquestrações não acompanha necessariamente a dinâmica do ciclo de vida dos clusters; (ii) quanto maior for o número de organizações representativas viáveis existentes no cluster, maior deverá ser o número de orquestrações; (iii) as orquestrações podem ter relação com o ciclo de vida dos clusters; e que (iv) o fator exógeno catalisador dos estágios de renovação está intimamente ligado com as orquestrações que devem ser realizadas nesse respectivo estágio.
Esta pesquisa demonstrou que as atividades de orquestração podem ser afetadas pela dinâmica do ciclo de vida dos clusters – porém tal relação não é proporcional. Ainda, não apenas as firmas centrais do cluster possuem um papel central na sua orquestração, as instituições representativas também influenciam significativamente o cluster e a sua trajetória. A orquestração se mostrou uma boa abordagem para analisar as estratégias e lideranças existentes no cluster, tendo em vista que considera que a liderança e que as estratégias podem ser realizadas por diversos atores e em diversos momentos.
DHANARAJ, C.; PARKHE, A. Orchestrating innovation networks, Academy of management review, v. 31, n. 3, p. 659-669, 2006. MENZEL, M. P.; FORNAHL, D. Cluster Life Cycles – Dimensions and Rationales of Cluster Evolution, Industrial and corporate Change, V.19, N.1, pp. 205-238, 2010. TER WAL, A. L. J.; BOSCHMA, R. A. Co-evolution of firms, industries and networks in space, Regional Studies, v. 45, Nº. 7, p. 919-933, 2011.