Resumo

Tanto no setor público como privado, a atuação estratégica da área de Gestão de Pessoas (GP) e de seus profissionais têm sido objeto emergente em discussões científicas nacionais e internacionais (Côrtes & Meneses, 2017). A começar pela revisão feita por Lengnick-Hall, Lengnick-Hall, Andrade & Drake (2009) acerca da Gestão Estratégica de Pessoas (GEP), os autores delimitam sete temas principais e, dentre eles, a transição do papel tradicional do profissional de GP. Wright & Snell (1991) justificam que a nova função do profissional decorre da mudança do foco da área de Gestão de Pessoas (GP).

O contraste entre a produção internacional e nacional evidencia a carência da delimitação ampla de capacidades que guiem o preparo que os profissionais de GP devem apresentar para: atuar nas arenas decisórias; implementar as práticas pretendidas; e, exercer sua função como área estratégica. Com o intuito de preencher a lacuna apontada na literatura, o presente estudo objetiva identificar estudos internacionais e nacionais que tratam o tema de capacidades e atributos dos profissionais de GP. O levantamento de artigos acadêmicos abarcou o período desde o primeiro estudo até o final de 2018.

Considerando-se a implementação e execução da GEP por parte dos profissionais de GP, o modelo de Hendry & Pettigrew (1990) abarca a preocupação de Lengnick-Hall et al. (2009) com a habilidade da organização em adotar as práticas de GEP para o atingimento dos resultados organizacionais almejados. Este modelo leva em consideração as contingências e a mudança organizacional (Hendry & Pettigrew, 1990). O mesmo possibilita a análise de diferentes configurações organizacionais e a implementação de políticas de GEP nas mesmas (Fonseca et al., 2013).

Na revisão e análise da literatura internacional, como resultado foram obtidos 39 artigos relevantes para análises as pretendidas do estudo, abordando o tema de interesse; e como resultado, a revisão nacional chegou a um total de oito artigos relevantes. Aqui se levou em conta as capacidades e habilidades já identificadas em estudos e organizações, bem como aquelas consideradas necessárias. A descrição dos achados da revisão seguirá em ordem cronológica, com início nos achados na literatura internacional que, quando finalizada, apresentará os achados da revisão nacional.

Percebe-se que, no âmbito internacional e nacional, há similaridades. Entre elas estão os fatores motivadores do estudo o propósito em perceber aspectos necessários para os profissionais alcançarem o desempenho desejado nas organizações. Além disso, estudos apontam a transição do papel tradicional de recursos humanos para o de uma área voltada à Gestão Estratégica de Pessoas (GEP). O intuito desses estudos é identificar características e funções que os profissionais do setor devem desempenhar nesse novo papel.

Os estudos internacionais mostram a continuidade de modelos de competências apoiados em pesquisas empíricas e trazem consigo achados consistentes e diversificados quanto ao tipo de organização, diferentes fontes de percepção nas coletas (funcionários, chefias, outras áreas além de GP). Diferentemente, identificaram-se poucos estudos nacionais, e os que foram amostrados não se apoiam em processos metodológicos estruturados (ex. mapeamento de competências com suas devidas etapas de validação). Dessa forma, o campo acerca do tema de capacidades de profissionais de GP carece de pesquisas no Brasil

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