Resumo

Título do Artigo

MOVIMENTOS SOCIAIS VERSUS ORGANIZAÇÕES: ESTRATÉGIAS DOS CONTENDENTES EM CAMPO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS DO SETOR MINERÁRIO
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Palavras Chave

Campo de Ações Estratégicas
Estratégias de Contendentes
Movimentos Sociais

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Gestão Ambiental

Autores

Nome
1 - Daniel Jardim Pardini
UNIVERSIDADE FUMEC (FUMEC) - Programa de Doutorado e Mestrado em Administração
2 - Eduardo de Britto
UNIVERSIDADE FUMEC (FUMEC) - Face
3 - Ana Cecília de Almeida Souza
UNIVERSIDADE FUMEC (FUMEC) - Face

Reumo

O embate entre movimentos sociais e organizações adquiriu especial relevância por influenciar a conformação de um vasto campo de ação dos setores envolvidos em contendas. Os recentes rompimentos de barragens de rejeitos de mineração em Minas Gerais, fez emergir a mobilização de movimentos sociais que buscam mitigar novas tragédias. É neste campo de ação que se estabelecem estratégias dos contendentes envolvidos em disputas de legitimação do uso do território e é nesse contexto que este trabalho está desenvolvido.
Com este trabalho busca-se ampliar o entendimento das estratégias dos atores relacionados aos movimentos sociais e responder questão de pesquisa: Quais as características do campo estratégico e as estratégias dos contendentes a serem consideradas em embates de ameaças ao ambiente natural? Nosso objetivo é analisar a partir da proposição um modelo teórico empírico as características do campo de disputa do conflito e as estratégias dos contendentes decorrentes de ações organizacionais que envolvem embates no setor minerário.
Para respaldar este trabalhado são apresentadas as bases teóricas de sustentação do modelo conceitual que abrange o interacionismo no institucionalismo sociológico, as concepções de campo de ações estratégicas (Fligstein & Mcadam, 2012) e as estratégias de coletivização – como a utilização de recursos bem-sucedidos de movimentos sociais em embates com firmas proeminentes (Briscoe & Safford, 2008) e mediação (Oliver, 1991) que são utilizadas pelos contendentes para alcançarem seus objetivos.
O setor minerário foi definido como campo de ação estratégico para testar o modelo sugerido. Os contendentes pesquisados foram os movimentos sociais de preservação ambiental e empresas de mineração que desenvolvem atividades extrativistas na Região Sudeste do Brasil. Dois campos de ação estratégico e seus respectivos embates foram estudados: Vale e Ferrous. A metodologia escolhida foi a grounded theory. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e também utilizou-se de dados secundários para pesquisa. A análise das transcrições das entrevistas foi realizada com a ajuda do software Atlas-TI.
Por coerência com a teoria dos campos de ações estratégicas, linha orientadora das análises, a apresentação dos resultados evidenciará: o campo de ações estratégicas estudado – sendo principais pontos de conflito os impactos sociais e ambientais ; a contextualização dos embates – como Ferrous versus Movimento Abrace a Serra; e as estratégias de coletivização - como “vaquinha” realizada pelos movimentos sociais; e mediação – ações de negociação diversas e uso do poder econômico – que foram utilizadas pelos contendentes.
No estudo foi possível identificar características e formas de agir que contribuem diretamente sobre como as organizações, ou mesmo o próprio campo de ações estratégicas, institucionalizam determinados comportamentos e estratégias. Dentre essas dimensões cabe destacar: as habilidades sociais, a autoridade técnica, o conhecimento tácito, as argumentações fundamentadas e a experiência com conflitos. Verificou-se ainda que, efetivamente há um mix de estratégias utilizadas pelos contendentes. A esquematização dos resultados encontrados permitiu se chegar a certa categorização de tais estratégias.
Fligstein, N., & Mcadam, D. (2012). A theory of fields. Oxford Scholarship Online. http://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780199859948.003.0007 7. Lee, M., Tommaso R. & Vaccaro, A. (2018). From protest to product: strategic frame brokerage in a commercial social movement organization. Academy of Management Journal. Vol. 61, No. 6. 10 Leibel E., Hallett T., Bechky, B. A. (2017). The dynamics of field formation in institutional research. Academy of Management Annals. Vol. 12, No. 1. 11