Resumo

Título do Artigo

DETERMINANTES DO ENDIVIDAMENTO NO CICLO DE VIDA DE EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS NO BRASIL
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Palavras Chave

Ciclo de vida de empresas
Estrutura de capital
Gestão financeira

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital, Valor e Reestruturações

Autores

Nome
1 - Senichiro Koshio
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Faculdade de Ciências Aplicadas
2 - Johan Hendrik Poker Junior
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Faculdade de Ciências Aplicadas

Reumo

Pela Teoria do Ciclo de Vida da estrutura de capital, o endividamento de empresas está relacionado aos estágios no ciclo de vida em que elas se encontram. O padrão descrito nos livros-textos, que segue principalmente a teoria de Trade-Off, prevê o formato de “U invertido” no comportamento do endividamento ao longo do ciclo de vida, do nascimento ao declínio. No entanto, na prática, diferentemente do padrão teórico, o comportamento do endividamento no Brasil, é decrescente, diminuindo-se do nascimento ao declínio.
Por que o endividamento varia entre os diferentes estágios do ciclo de vida de empresas em uma forma diferente da forma descrita nos livros-textos? Tendo em vista os estudos anteriores, tais como os de Castro et al. (2016), Faff et al. (2016) e Reis et al. (2017), o objetivo é dar continuidade na pesquisa, aprofundando mais nas análises dos determinantes do endividamento no ciclo de vida para que possa compreender melhor os motivos das diferenças entre o comportamento previsto nos livros-textos e o comportamento na prática, usando a proxy do ciclo de vida de Dickinson (2011).
O padrão teórico de endividamento na teoria do ciclo de vida é baseado na teoria de Tarde-Off e através do balanceamento entre o risco de negócio e o risco financeiro, de tal modo que o aumento de um seja compensado pela redução do outro. No nascimento e no crescimento, o risco do negócio é alto e é balanceado com um baixo risco financeiro, com baixo endividamento. Na maturidade, o risco do negócio diminui e permite um risco financeiro maior, com endividamento maior. No declínio, o risco do negócio aumenta e precisa ser contrabalanceado com um risco financeiro menor, com endividamento menor.
As análises dos determinantes são feitas através das regressões de dados pelo método de Generalized Estimating Equations. Para analisar os efeitos dos estágios do ciclo de vida, são incluindas as variáveis dummy dos estágios do ciclo de vida para isolar os seus efeitos sobre os determinantes. Em vez dos cinco estágios básicos do ciclo de vida (Nascimento, Crescimento, Maturidade, Turbulência e Declínio), são adotados os 8 estágios completos baseados nos fluxos de caixa de Dickinson (2011) e subdividindo-os em crescimento real positivo e negativo, formando 16 grupos no total.
Os resultados trazem evidências de um comportamento do endividamento nos diferentes estágios do ciclo de vida diferente do descrito nos principais livros-textos. As análises dos determinantes da estrutura de capital indicam que as características, fatores significativos e as teorias predominantes associadas variam entre os diferentes estágios do ciclo de vida. Em especial, as características dos estágios de Turbulência e de Declínio e da subdivisão em grupos de crescimento no tamanho real positivo e negativo são diferentes, trazendo evidências de que esses detalhamentos são relevantes
Embora os livros-textos apresentem o comportamento do endividamento no formato de “U invertido” do nascimento ao declínio, passando por crescimento e maturidade, o comportamento é decrescente na prática. Na medida em que os determinantes seguem diferentes teorias, mudando conforme o estágio no ciclo de vida, pode ser concluído que os motivos destas diferenças entre o comportamento descrito nos livros-textos e o comportamento na prática estão no padrão teórico baseado fundamentalmente na teoria de Trade-Off, que não se encaixa à realidade.
CASTRO, P.; TÁSCON, M.; AMOR-TAPIA, B. The role of life cycle on the firm´s capital structure. Pecvnia, n.19, p.131, 2016. DICKINSON, V. Cash flow patterns as a proxy for firm life cycle. The Accounting Review, v.86, n.6, p.1969, 2011. FAFF, R.; KWOK, W.C.; PODOLSKI, E.J.; WONG, G. Do corporate policies follow a life-cycle? Journal of Banking & Finance, v.69, p.95, 2016. REIS, R.T.; CAMPOS, A.L.; PASQUINI, E.S. A influência dos determinantes da estrutura de capital conforme o estágio do ciclo de vida das empresas brasileiras. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, v.7, n.3, p.127, 2017.