Resumo

Para Martinelli e Fleming (2010) dentre os diversos aspectos do empreendedorismo, destaca-se nas pesquisas a determinação das características dos comportamentos dos empreendedores. Um dos modelos teóricos utilizados para isso é a Teoria do Comportamento Planejado. Outro enfoque são os traços de personalidade tais como, a propensão em assumir risco (relacionada a tomada de decisões em situações de incerteza), a personalidade proativa (inclinação em mudar o ambiente por meio das escolhas) e o lócus de controle (características e ações internas que o indivíduo possui controle).

Este estudo busca responder a seguinte questão de pesquisa: Quais os efeitos dos traços de personalidade (propensão a assumir risco, personalidade proativa e lócus de controle interno) sobre as intenções empreendedoras dos alunos concluintes dos cursos de ciências contábeis?

Teoria do Comportamento Planejado é uma evolução da Teoria da Ação Racional (Fishbein & Ajzen, 1975) e que vem sendo disseminada em diversas áreas do conhecimento (Santos, 2016). A personalidade é um fator de importante que explica até que ponto os comportamentos empreendedores são derivados de características das personalidades, em conjunto com os fatores sociais e ambientais, agentes responsáveis por incentivar os motivos ocultos e a interpretação das disposições mentais em padrões de comportamento (Oliveira, Silva & Araújo, 2014).

Estudo descritivo, realizado a partir de uma pesquisa de levantamento, com a amostra constituída por 173 alunos sendo 86 de universidade pública e 87 de universidade privada. O instrumento de pesquisa foi aplicado presencialmente no mês de maio de 2019. Ele foi constituído de 3 construtos com 31 assertivas. Para análise dos dados adotou-se a técnica de modelagem de equações estruturais.

As seguintes hipóteses foram aceitas: atitude e a intenção empreendedora; a personalidade proativa e as intenções empreendedoras; a personalidade proativa e a atitude; o lócus de controle e a propensão de assumir riscos com a norma subjetiva; a personalidade proativa de assumir riscos e a norma subjetiva; o lócus de controle e a personalidade proativa com o controle comportamental percebido; norma subjetiva medeia a relação entre atitude e controle comportamental; e que em partes os alunos das IES privadas têm maiores intenções de empreendedor quando comparado as de IES públicas.

Este estudo teve como objetivo verificar quais os efeitos dos traços de personalidade (propensão a assumir risco, personalidade proativa e lócus de controle interno) sobre as intenções empreendedoras dos alunos concluintes dos cursos de ciências contábeis. Investigou 173 alunos do curso de Ciências Contábeis de três universidades (uma das universidades públicas e de duas universidades privadas) no estado do Mato Grosso do Sul. Seus resultados permitem inferir que os traços de personalidade e as variáveis da TCP (ATIT, NS, CCP) são em partes boas preditoras das intenções comportamentais.

Ajzen, I. (1991). The Theory of Planned Behavior. Organizational Behavior and Human Decision Processes, 50(2), 179-211. Hair Jr, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C., & Sarstedt, M. (2016). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM). USA: Sage Publications. Santos, E. A., & Almeida, L. B. (2018). Seguir ou não carreira na área de contabilidade: um estudo sob o enfoque da Teoria do Comportamento Planejado. Revista Contabilidade & Finanças, 29(76), 114-128.