Resumo

Título do Artigo

(RE)PRODUÇÃO DOS ESPAÇOS URBANOS NO CAMPO DOS ESTUDOS ORGANIZACIONAIS Que cidade é praticada nas publicações nacionais da área?
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Palavras Chave

Cidades
Práticas de espaço
Estudos Organizacionais

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Simbolismos, Culturas e Identidades Organizacionais

Autores

Nome
1 - Romulo Gomes
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES) - goiabeiras
2 - Sâmela Pedrada Cardoso
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES) - Goiabeiras
3 - Fabiana Florio Domingues
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD

Reumo

Há tempos que pesquisas na área da Administração têm se debruçado em estudos de cidades tomadas como organizações sociais e espaciais (CZARNIAWSKA-JOERGES, 1997; SARAIVA; CARRIERI, 2012) e, como tal, constituídas socialmente por seus membros por meio de suas ações e rotinas coletivas (FINE, HALLETT, 2014). Partimos da discussão sobre a (re)produção das cidades nos EOS nacionais a partir da produção científica sobre os usos dos espaços urbanos, uma vez que tais usos permitem (re)configurações constantes nos espaços urbanos, dando novos significados a ideia de cidade (MENDES, CAVEDON, 2012).
Problema de pesquisa: Como a produção científica sobre os espaços urbanos (re)produzem as cidades nos Estudos Organizacionais? Objetivo: discutir a (re)produção das cidades nos Estudos Organizacionais nacionais a partir da produção científica sobre os usos dos espaços urbanos.
Para entender a cidade e sua dinâmica urbana, é comum os estudos recorrem às noções de espaços urbanos como lugar praticado (CERTEAU, 1994; FRANCO; OLIVEIRA, 2016; MENDES; CAVEDON, 2012), considerado tanto como um local geográfico da ação, mas também como a possibilidade de engajar-se na ação cotidianamente (GOTTDIENER, 2010) por via das práticas cotidianas. Por tais aspectos citados, os espaços urbanos são produzidos pelo “caminhar” dos sujeitos sociais, somente sendo possível compreendê-los nas\pelas interações sociais e pelas formas de apropriação, usos que os sujeitos fazem da urbe.
As questões relativas à conexão entre as apropriações dos espaços urbanos e as formas de sociabilidade manifestadas assinalam a íntima relação entre as cidades contemporâneas e a economia capitalista. Nesse sentido, a produção dos espaços da urbe não se dá de modo homogêneo nos estudos, mas, sim em função das respostas aos movimentos de fragmentação social da população citadina. Tal processo, que resulta no aprofundamento das diferenças identitárias, propicia a certa multiterritorialização da cidade em função do consumo de bens econômicos e culturais relacionado às práticas sociais.
Ao considerar estudos que utilizam abordagens não dominantes e processuais para entender cidades, seguimos os passos de Certeau (1994), deslocando o entendimento de cidade-conceito para as práticas urbanas. Desse modo, este estudo comprometeu-se em revelar que cidade é essa praticada na produção científica nacional no campo dos EOS. Dito de outro modo, quando partimos das práticas sociais ultrapassamos tentativas improdutivas de homogeneização, expandindo o conceito de cidade para “mil maneiras de jogar/desfazer o jogo do outro” (VIDAL, 2005, p.275) em variadas e criativas reapropriações.
CERTEAU, M. de. A invenção do cotidiano 1: artes de fazer. Petrópolis, Vozes, 1994. FISCHER, T. A cidade como teia organizacional: inovações, continuidades e ressonâncias culturais — Salvador da Bahia, cidade puzzle. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 31, n. 3, p. 74-88, maio/jun. 1997. LEFEBVRE, H. O direito à cidade. Rio de Janeiro: Centauro, 2008. MAC-ALLISTER, M. A cidade no campo dos estudos organizacionais. Organizações & Sociedade, Salvador, v. 11, edição especial, p. 171-181, 2004. SIMMEL, G. Questões fundamentais da sociologia: indivíduo e sociedade. Zahar, 2006.