Resumo

Título do Artigo

RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA: ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DE UMA ESCALA EM MULTINACIONAIS BRASILEIRAS
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Palavras Chave

Análise Fatorial Confirmatória
Escala
Mensuração

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Responsabilidade Social Corporativa (RSC)

Autores

Nome
1 - Mary Fernanda de Sousa de Melo
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica
2 - Roberta de Castro Souza Pião
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica
3 - Willerson Lucas Campos-Silva
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica
4 - João Amato Neto
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Politécnica

Reumo

Ainda que existam muitas escalas para medir a percepção individual de RSC, a literatura ainda carece de escalas que mensurem RSC no nível organizacional. A consideração dos stakeholders para mensuração da RSC se mostra adequada quando se trata de uma análise de empresas multinacionais (EMN), pois de acordo com as demandas dos stakeholders, as EMNs devem responder tanto questões locais quanto globais. Schulze, Heinitz e Lorenz (2018) destacam a necessidade de pesquisas que mensurem RSC em regiões diversas, lacuna esta que a presente pesquisa visa preencher.
A estratégia de RSC de uma empresa multinacional é capaz de transmitir de forma eficaz essas práticas as suas filiais estrangeiras, as EMNs têm o potencial para funcionar como um mecanismo para a harmonização no progresso das normas de RSC a nível internacional. Unindo isto ao fato de que a análise da realidade de países emergentes é considerado um campo de pesquisa relevante, a validação desta escala no contexto das empresas multinacionais brasileiras se torna relevante. Com base no exposto, o objetivo desta pesquisa é adaptar e validar a escala de Turker (2009a) para EMN brasileiras.
A atuação além das fronteiras nacionais, requer das EMN um alinhamento das dimensões competitivas com o desempenho socioambientalmente responsável, dadas as pressões dos stakeholders, especialmente aqueles advindos de países desenvolvidos. As EMNEs possuem peculiaridades, desde a sua origem que se dá em ambientes políticos instáveis, até seu modo de entrada em mercados globais sendo caracterizado por alianças, fusões e aquisições. As EMNEs possuem altos níveis de adaptabilidade organizacional, por conta de sua escassa presença internacional, em comparação com as tradicionais EMNs.
Para aplicação no contexto brasileiro, inicialmente, foi feito o processo de validação das variáveis identificadas na literatura por meio da tradução reversa da língua inglesa para portuguesa. A escala foi do tipo Likert de sete pontos. A amostra foi composta por 40,9% do universo das EMNE brasileiras. A escolha dos respondentes foi feita com base na metodologia de informantes-chave. Foram feitos testes utilizando análise fatorial confirmatória, verificação da validade da escala adaptada a partir de análises de unidimensionalidade, confiabilidade simples e composta e, variância extraída.
Os resultados corroboraram estudos anteriores, onde os autores optaram por omitir os dois itens que relacionam RSC com o governo, pois, eles representam apenas um comportamento legalmente apropriado por parte das multinacionais. Eliminou-se também o item 16 pela baixa carga fatorial. Como os itens citados não refletem ações de RSC auto-motivadas, mas sim um cumprimento de leis e regulamentos, sugere-se a partir dos resultados, retirar estes itens na aplicação do questionário. Tendo como base as análises estatísticas, a escala brasileira foi validada sendo composta por 14 itens.
A escala foi validada, indicando a consistência e adequação deste instrumento para o contexto brasileiro. O resultado corrobora com Turker (2009b), que verificou que a RSC para o governo não foi um fator significativo que afeta o comprometimento organizacional. Sugere-se que os respondentes podem ser céticos sobre a dimensão da legalidade e percebê-la como um dever da organização. Para se ter melhores resultados pode-se complementar a definição de RSC incluindo: “comportamentos corporativos que afetam positivamente os stakeholders indo além de interesses econômicos e obrigações legais”.
Schulze, D., Heinitz, K. and Lorenz, T. (2018) ‘Comparative organizational research starts with sound measurement: Validity and invariance of Turker ’ s corporate social responsibility scale in five cross-cultural samples’, PloS one, pp. 1–15. Turker, D. (2009a) ‘How Corporate Social Responsibility Influences Organizational Commitment’, Journal of Business Ethics, pp. 189–204. doi: 10.1007/s10551-008-9993-8. Turker, D. (2009b) ‘Measuring corporate social responsibility: A scale development study’, Journal of Business Ethics, 85(4), pp. 411–427. doi: 10.1007/s10551-008-9780-6.