Resumo

Título do Artigo

Influência do Desenho da Transferência e da Reflexão Crítica sobre a Transferência de Aprendizagem como Uso: Um Teste em Programas de Pós-Graduação em Gestão
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Palavras Chave

Transferência de Aprendizagem como Uso
Pós-graduação em Gestão
Modelagem de Equações estruturais

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Aprendizagem nas Organizações

Autores

Nome
1 - Patrícia Teixeira Maggi da Silva
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - São Paulo
2 - Diógenes de Souza Bido
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - PPGA - Programa de Pós-graduação em Administração de Empresas

Reumo

Pesquisas têm revelado resultados conflitantes com relação aos resultados dos investimentos em ações de aprendizagem formal. Segundo Beer, Finnström e Schrader (2016), as empresas não têm obtido retornos aceitáveis, pois a aprendizagem não se traduz em melhoria do desempenho organizacional. Já, Ford, Baldwin e Prasad (2018) afirmam que tanto evidências empíricas, como o senso comum têm demonstrado que as ações de aprendizagem formal são positivas para as organizações, mas não há um consenso quanto à sua eficácia no nível individual. Tais resultados apontam para o "gap" da transferência.
O objetivo do presente estudo foi verificar a influência do Desenho da Transferência e da Reflexão Crítica sobre a transferência de aprendizagem como uso. Este estudo contribui para a literatura de transferência de aprendizagem, pois oferece a escala de uso, desenvolvida a partir da taxonomia dos cinco tipos de uso desenvolvidos por Yelon, Ford e Bhatia (2014), que pode ser adaptada para diversos tipos de ações de aprendizagem formal, oferecendo uma nova perspectiva para compreender a transferência de aprendizagem.
Dado que o construto transferência de aprendizagem demanda conceitos mais claros e melhores definições operacionais, Ford, Yelon e Billington (2011) realizaram um levantamento para criticar a sua mensuração com base em percentuais e desmistificar a crença de que somente 10% do que é ensinado é transferido para o trabalho. Os percentuais eram estimativas sem evidências empíricas, avaliadas por meio de mudanças de comportamentos no trabalho. A partir de tais resultados, Yelon, Ford e Bhatia (2014) apresentaram um modelo para conceituar e operacionalizar diferentes modos de aplicação ou uso.
A pesquisa é do tipo levantamento (survey) com a participação de 424 respondentes, alunos em fase de conclusão ou egressos formados há no máximo um ano de cursos de pós-graduação em gestão. Os dados foram analisados por meio de análise fatorial confirmatória (AFC) e Modelagem de Equações Estruturais.
As hipóteses foram testadas a partir de uma amostra de 424 alunos e egressos de cursos de pós-graduação em gestão. Os três construtos usados no modelo apresentaram validade convergente, validade discriminante e confiabilidade adequados. No modelo estrutural, as hipótese foram confirmadas: o Desenho da Transferência e a Reflexão Crítica explicaram 32,4% da variação na transferência de aprendizagem como uso, um poder explicativo alto para os padrões das ciências do comportamento.
As três lacunas apresentadas na Introdução foram preenchidas: (1) Desenvolvimento e teste da escala de uso; (2) Avaliação dos resultados dos cursos de pós-graduação em gestão brasileiros sob a perspectiva dos modelos de transferência de aprendizagem; e (3) Modelo que testou a Reflexão Crítica como novo antecedente da transferência de aprendizagem. As principais limitações deste estudo são: (1) a impossibilidade de generalização dos resultados para uma população, pois a amostra é não probabilística e (2) limitação em termos de inferências causais, pois a análise é cross-sectional.
BALDWIN, T. T.; FORD, J. K. Transfer of training: a review and directions for future research. Personnel Psychology, v.41, n.1, p.63-105, 1988. FORD, J. K.; YELON, S. L.; BILLINGTON, A. Q. How much is transferred from training to the job? The 10% delusion as a catalyst for thinking about transfer. Performance Improvement Quarterly, v.24, n.2, p.7-24, 2011. YELON, S.; FORD, J. K.; BHATIA, S. How trainees transfer what they have learned: Toward a taxonomy of use. Performance Improvement Quarterly, v.27, n.3, p.27-52, 2014.