Resumo

Este estudo teve por objetivo analisar o processo de inserção profissional de egressos do curso de Administração e Administração Pública no Brasil, com idades entre 18 e 36 anos e formados a partir de 2011. Desenvolveu-se um estudo quantitativo, não probabilístico, de corte transversal descritivo com 847 jovens formados, distribuídos assim: 344 (Sudeste), 244 (Sul), 163 (Nordeste), 56 (Centro-oeste) e 40 (Norte).

Este estudo tem por objetivo apresentar o perfil sócio-ocupacional e formativo de jovens egressos do curso de Administração no Brasil.

A fundamentação teórica do estudo é dividida em duas seções, sendo que a primeira aborda a discussão sobre inserção profissional onde podemos tê-la como campo de pesquisa surge com as múltiplas formas de interpretação do momento da vida representado pela entrada na vida ativa, transição profissional, transição escola-trabalho, entre outros, vividos pelos indivíduos (ROCHA-DE-OLIVEIRA; PICCININI, 2012) e a segunda seção apresenta dados estatísticos sobre o curso de Administração no Brasil.

A presente pesquisa possui enfoque quantitativo caracterizada como não probabilística, não experimental, transversal e descritiva. Participaram deste estudo egressos do curso de Administração e Administração Pública do Brasil, com idade entre 18 e 36 anos. A Sinopse Estatística de 2016 serviu de parâmetro para estratificação das regiões. A coleta teve início em setembro de 2018 e término em novembro de 2018. Após os cortes a amostra investigada correspondeu a 847 casos, sendo: 344 do Sudeste; 244 da região Sul; 163 egressos do Nordeste, 56 egressos do Centro-oeste e 40 da região Norte do país

Verificou-se a identificação com o curso e busca por concurso público como os maiores motivadores para escolha do curso; 73% dos respondentes não passaram mais de 1 ano para conseguir sua inserção profissional; Aproximadamente 20% dos egressos encontram-se em cargos de assistente ou auxiliar que normalmente estão atrelados a requisitos de escolaridades inferiores a graduação em Administração; Aproximadamente 40% dos respondentes mudaram de trabalho entre 1 a 3 vezes ou continua no mesmo emprego do início de sua carreira e 16,6% de egressos não estão trabalhando;

Com base nos dados apresentados e discutidos no presente trabalho, evidenciam-se as transformações sociais e profissionais vividas por profissionais bem qualificados em situação de desemprego, em trabalhos informais e muitas vezes subocupados, dando indícios à ampliação de uma inserção não qualificante no trabalho. Como um problema generalizado, que perpassa diferentes idades, classes, gêneros e cores/raças/etnias, esse cenário no mercado laboral recai, principalmente, sobre os indivíduos com ensino superior, os quais enfrentam uma condição de trabalho aquém de suas competências.

Inserção Profissional: Alves (2007); Carter (1962); Cordeiro (2002); Dubar (2001); Galland (2000); Maizels (1970); Nicole-Drancourt (1996); Pochmann (2013); Rocha-de-Oliveira (2009; 2011); Rocha-de-Oliveira, Piccinini (2012); Rose (2018); Tartuce (2007); Volkmer Martins, Rocha-de-Oliveira e Scherdien (2017) Curso de Administração: Sinopses Estatísticas do INEP 2001-2017