Atividades de inovação
Desempenho empresarial
Visão baseada em recursos
Área
Estratégia em Organizações
Tema
Estratégia Competitiva Baseada em Recursos
Autores
Nome
1 - Nayana de Almeida Adriano UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Feaac
2 - Fernanda Almeida de Castro Pacheco Nogueira -
3 - Emaneolle Dos Santos -
4 - José Glauber Cavalcante dos Santos UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
5 - Alessandra Carvalho de Vasconcelos UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
Reumo
A inovação pode trazer vantagem e diferenciação, porque, como recurso, não é facilmente acessível aos concorrentes, sendo associada aos intangíveis (Santos et al., 2016).
Tem-se discutido como atividades inovativas podem atuar como antecedente do desempenho. A RBV sugere a competência e a idiossincrasia como variáveis de diferenciação entre as firmas, sendo a inovação uma delas.
O estudo investiga os tipos de atividades de inovação. Isso porque, Forés e Camisón (2016) apontam que menos atenção tem sido dada à análise dos efeitos dos diferentes tipos de inovação no desempenho das firmas.
Considerando que as atividades do tipo exploitation e exploration devem ser incentivadas para possibilitar a conquista de vantagem competitiva sustentável por parte das empresas (Lavie, Stettner & Tushman, 2010), questiona-se: que efeito possui os investimentos em atividades de inovação do tipo radical e incremental sobre o desempenho corporativo?
Com fundamento na RBV, esta pesquisa teve por objetivo investigar o efeito dos investimentos em atividades de inovação do tipo radical e incremental sobre o desempenho nas empresas brasileiras.
A RBV sugere que as firmas alcançam diferenciação por meio de recursos estratégicos específicos. Para a RBV, inovação, ativos intangíveis e competências idiossincráticas determinam as diferenças observadas em termos de desempenho entre firmas (Barney, 1991; Penrose, 1959).
As firmas investem em atividades inovativas voltadas a produtos, processos ou ambos. Contudo, as atividades que recebem esses investimentos possuem características que guardam harmonia com o perfil inovador da firma. A inovação pode ser classificada como radical ou exploration e incremental ou exploitation (March, 1991).
O estudo reúne uma amostra de 381 empresas listadas na B3 em 31/12/2017 e analisa o período de 2015 a 2017. Os investimentos em P&D foram usados para mensurar as atividades de inovação radical (exploration). A inovação incremental (exploitation) foi medida pelo valor do CAPEX - Capital Expenditure (despesas de capital ou investimento em bens de capital). O desempenho corporativo foi mensurado em termos de rentabilidade (ROA - Retorno sobre o Ativo) e fluxo de caixa operacional. A fonte de dados utilizada foi a COMPUSTAT® e aplicou-se análise de correlação e análise de regressão.
Constatou-se que as atividades de inovação de menor risco (exploitation) são capazes de gerar incremento de caixa mais rapidamente e isso pode ser uma razão para que as atividades de P&D sejam preteridas. Esses resultados corroboram os pressupostos da RBV, alinhando-se às conclusões de Auh e Menguc (2005), Cohen et al. (2013), Eberhart et al. (2004) e Pandit et al. (2011). Os resultados dem
No geral, notou-se que a inovação pode afetar o desempenho e esse efeito depende do tipo de atividade de inovação e da perspectiva de desempenho adotada, ratificando a importância da investigação realizada.
Conclui-se que os investimentos em inovação radical (exploration) através de P&D, classificados como mais agressivos, demonstraram ter reflexo negativo no retorno sobre o ativo bem superior quando comparados com investimentos em inovação incremental (exploitation) via CAPEX. Em relação ao fluxo de caixa operacional, investimentos em P&D não têm efeito no desempenho corrente, mas esse efeito (negativo) é apresentado com defasagem de até dois períodos. Contudo, investimentos via CAPEX suportam a ideia de que a inovação incremental se configura fonte de melhoria do desempenho operacional.
Cohen, L., Diether, K., & Malloy, C. (2013). Misvaluing innovation. The Review of Financial Studies, 26(3), 635-666.
Forés, B., & Camisón, C. (2016). Does incremental and radical innovation performance depend on different? Journal of Business Research, 69, 831-848.
He, Z. L., & Wong, P. K. (2004). Exploration vs. exploitation: An empirical test of the ambidexterity hypothesis. Organization science, 15(4), 481-494.
March, J. G. (1991). Exploration and exploitation in organization learning. Organization Science, 2(1), 71-87.