Resumo

Título do Artigo

A Internacionalização de Pesquisadores e o uso da Social Exchange Theory: fragilidades e oportunidades
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Palavras Chave

Internacionalização no Ensino Superior
Internacionalização de Pesquisadores
Social Exchange Theory

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Formação do Professor e Pesquisador

Autores

Nome
1 - Marcello Romani-Dias
ESCOLA SUPERIOR DE ENGENHARIA E GESTÃO DE SÃO PAULO - ESEG (ESEG) - São Paulo
2 - Angela Maria Scroccaro Biasoli
UNIVERSIDADE POSITIVO (UP) - Ecoville
3 - Aline dos Santos Barbosa
ESCOLA SUPERIOR DE ENGENHARIA E GESTÃO DE SÃO PAULO - ESEG (ESEG) - SÃO PAULO

Reumo

A internacionalização de pesquisadores ainda é um tema pouco conceituado pela literatura, porém trata-se de um tópico que vem sendo objeto de longas discussões na área acadêmica, tanto em congressos quanto em periódicos, por ser de interesse não só dos próprios pesquisadores, mas também das instituições de ensino superior.
Por ser esta uma temática de interesse não só dos próprios pesquisadores, mas também das instituições de ensino superior em que atuam, e diante da escassez de estudos teórico-empíricos sobre a internacionalização de pesquisadores, partimos neste estudo da seguinte questão de pesquisa: quais são as principais fragilidades e oportunidades que a Social Exchange Theory possui ao ser adotada para explicar a internacionalização de pesquisadores acadêmicos em tempo integral (full-time academic researchers)?
A SET trata do processo de escolha que indivíduos fazem por determinadas atividades após uma análise de custo-benefício de sua parte. Esta teoria traz uma série de fundamentos, destacados por Nye (1978): (i) as recompensas decorrentes das atividades dos indivíduos são mensuráveis e de relativa previsibilidade, (ii) indivíduos tomam suas escolhas com base em seus interesses individuais, (iii) indivíduos tomam suas decisões de forma racional e (iv) indivíduos devem decidir entre uma série de alternativas com recompensas e custos equivalentes. Estes fundamentos foram investigados em nosso estudo.
Desenvolvemos um estudo qualitativo com base em ampla revisão de literatura e em 39 entrevistas com pesquisadores internacionais atuantes em 15 programas de Pós-Graduação nos Estados Unidos, no MIT (Massachusetts Institute of Technology), Harvard University, Boston College, Northeastern University, Bentley University, Merrimack College e Georgia University, e no Brasil. na Escola de Administração de Empresas da FGV de São Paulo (EAESP-FGV), na Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE-FGV), na Universidade de São Paulo (USP), no INSPER, na UNISINOS e na COPPEAD-UFRJ.
Identificamos fragilidades da SET: (i) existem recompensas decorrentes da internacionalização dos pesquisadores que não foram previstas pela teoria; (ii) os benefícios dos pesquisadores com a internacionalização não estão restritos apenas ao nível individual, como originariamente defende a SET; (iii) contrariando premissas da teoria, as escolhas dos pesquisadores por internacionalizar suas carreiras não são realizadas exclusivamente de modo racional; (iv) os custos e recompensas decorrentes de uma atividade internacional, quando comparada com outra, raramente são equivalentes.
Defendemos a necessidade de pesquisas interdisciplinares sobre a aplicabilidade da Social Exchange Theory e de pesquisas de caráter teórico sobre a grande temática da Internacionalização do Ensino Superior, que vem sendo amplamente tratada em diversos periódicos pelo mundo, mas que tem sido erguida quase que exclusivamente de forma empírica e, portanto, sem a adoção de teorias norteadoras de suas discussões. Entendemos, desse modo, que ao caminharmos no desenvolvimento de estudos teóricos traremos uma substancial contribuição para a compreensão da temática.
CROPANZANO, R.; ANTHONY, E; DANIELS, S.; HALL, A. “Social exchange theory: A critical review with theoretical remedies”. Academy of Management Annals, v. 11, n. 1, p. 479-516, 2017. KNIGHT, J. The internationalization of higher education: are we on the right track?. Academic Matters: The Journal of Higher Education, 2008. NYE, F. “Is choice and exchange theory the key?”. Journal of Marriage and the Family, v. 40, n.2, p. 219-233, 1978.