Resumo

Título do Artigo

A PARTICIPAÇÃO DE RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS NA GERAÇÃO DE VALOR DAS ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS LISTADAS NA B3
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Palavras Chave

Criação de valor
Lucro econômico
Resultados não operacionais

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital, Valor e Reestruturações

Autores

Nome
1 - Daniela Batista de Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS (FACIC)
2 - Lisia de Melo Queiroz
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FACULDADE DE CIENCIAS CONTABEIS (FACIC)

Reumo

Com a globalização financeira e a expansão do mercado de ações como fonte de recursos para o desenvolvimento econômico, as empresas passaram a enfrentar uma competição acirrada na busca pelo capital, em consequência do aumento da participação estrangeira no mercado de capitais brasileiro. Por meio deste mercado, as organizações têm acesso a recursos privados de longo prazo para financiamento de seus projetos de investimentos (CORRÊA; ASSAF NETO; LIMA, 2013; RODRIGUES, 2012; VENTURA et al., 2012).
Frente as incertezas do desempenho econômico das organizações, esta pesquisa buscou investigar e revelar se os resultados não operacionais contribuem para elevar o valor das empresas brasileiras. E ainda, apresentar o desempenho da criação de valor ao acionista nos últimos anos. O problema que direcionou a pesquisa foi: os resultados não operacionais contribuem para a elevar o valor das empresas brasileiras, não financeiras e de capital aberto?
Para maximizar o valor de mercado, formado nas transações de compra e venda de ativos no mercado de capitais, os administradores precisam criar valor, o que, na definição de Rieg (2015), é o resultado de um investimento que se repete diversas vezes ao longo de vários anos, sendo oriundo, portanto, das decisões de investimento e financiamento tomadas pelo gestor. Assim, mensurar a geração de valor possibilita analisar os resultados obtidos pelas decisões estratégicas corporativas e a eficiência em agregar valor à empresa (COPELAND; KOLLER; MURRIN, 2004).
A pesquisa é classificada como aplicada, descritiva, quantitativa, Ex-Post Facto e com corte longitudinal retrospectivo em relação ao recorte temporal. Para a pesquisa, foram selecionadas 188 empresas no período de 2010 a 2016. O teste estatístico realizado foi o Wilcoxon-Mann-Whitney. As hipóteses estatísticas são: H0: não há diferença entre os grupos vs H1: há diferença entre os grupos. A rejeição de H0 confirma que há diferença estatística entre o lucro econômico obtido por meio do lucro operacional e o lucro econômico obtido por meio do lucro líquido.
O estudo buscou investigar se as empresas de capital aberto no Brasil geram valor ao acionista tanto pela abordagem do lucro operacional quanto pela abordagem do lucro líquido Os resultados mostram que a maior parte das empresas apresentou prejuízo econômico, assim, não houve criação de valor para o acionista. A pesquisa revela ainda que há diferença estatística entre as médias da geração de lucro econômico mensurado pela abordagem do lucro operacional e mensurada pelo lucro líquido.
As principais conclusões são: (i) a maior parte das empresas brasileiras está apresentando prejuízo econômico, (ii) resultados não operacionais (resultados financeiros) contribuíram para alavancar os resultados das companhias, e, (iii) companhias não cumprem seu papel de gerar resultados operacionais, pois dependem de ativos financeiros para gerar resultado. Estes resultados são preocupantes tendo em vista a importância de as empresas criarem valor ao acionista pelas atividades operacionais das companhias e não pela dependência de resultados financeiros como observado no presente estudo.
COPELAND, T.; KOLLER, T.; MURRIN, J. Avaliação de empresas – valuation: calculando e gerenciando o valor das empresas. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2004. CORRÊA, A. A.; ASSAF NETO, A; C.; LIMA, F. G. Os indicadores financeiros tradicionais explicam a geração de valor no Brasil?. Um estudo empírico com empresas não financeiras de capital aberto. Revista Práticas em Contabilidade e Gestão, v1, n.1, p. 9-39, 2013. RODRIGUES, A. C. A evolução do mercado de capitais brasileiro e o perfil do acionista minoritário no Brasil. Revista Jurídica da Presidência, v. 14, n. 103, p. 405-427, 2012.