Resumo

Título do Artigo

Congruência de Limites e o Efeito na Relação Família-Trabalho: a Influência dos Papéis Sociais
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Palavras Chave

Conflitos familia-trabalho
Papeis sociais
Teoria de Limites

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Carreiras e Competências

Autores

Nome
1 - Juliana Arcoverde Mansur Kopp
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS (EBAPE) - EBAPE
2 - Kelly Weires Rodrigues Soares Avelino
Fundacao Getulio Vargas/EBAPE - EBAPE
3 - Camila Martinez Y Alonso
Fundacao Getulio Vargas/EBAPE - Botafogo

Reumo

Nos dias atuais, o estresse é um fator presente na vida da maioria das pessoas, principalmente àqueles que conciliam o trabalho com a família. As organizações vêm, cada vez mais, demandando foco e dedicação dos seus funcionários ao mesmo tempo que abrangem os limites entre o campo pessoal e profissional (Grub, 2016). Tal cenário demonstra a necessidade de definição de limites e a gestão de interferências entre os campos, objetivando a prevenção de exaustão psicológica, física e uma maior qualidade de vida do trabalhador (Glavin, Schieman & Reid, 2011; Frone, 2000; Voydanoff, 2005).
Considerando o contexto de limites cada vez mais tênues entre a vida no trabalho e a vida fora dele (Kreiner, et al., 2009), o objetivo deste estudo é investigar de que forma a congruência dos limites de preferência do indivíduo afeta a relação família-trabalho, atribuindo as diferenças dos papéis sociais femininos e masculinos como elemento de controle dessa relação. Investigamos o impacto que a congruência entre os limites “impostos” pela empresa e as preferências do indivíduo pela segmentação dos domínios (Boundary fit) possui nas interferências do trabalho na família, e vice-versa.
Embora a literatura sobre limites seja ampla (e.g., Ashforth, Kreiner, & Fugate, 2000), e sua relação com interferência entre os domínios família e trabalho (Greenhaus & Powel, 2006), conflitos (Kreiner, Hollensbe, & Sheep, 2009) e diversas variáveis no nível do indivíduo e da organização (e.g., Allen, Cho, & Meier, 2014) sejam conhecidas, o presente estudo contribui para a teoria e prática quando utiliza os papeis sociais como moderadores da relação entre o fit e os efeitos nas interferencias que o trabalho possui na família e vice-versa. Ainda, a metodologia segue uma abordagem polinomial.
Os dados foram obtidos através de uma survey desenvolvida na plataforma Qualtrics (www.qualtrics.com). A amostra válida do estudo foi composta por 289 participantes brasileiros funcionários de diferentes empresas, sendo 62,7% de mulheres, com idade média de 43,2 anos, 31,8% com graduação completa, 48,6% casados/morando juntos, 35,3% com filhos e 47,7% empregados sob a CLT. Analisamos os efeitos do fit e do misfit dos limites individuais e organizacionais no WIF e no FIW a partir de regressões polinomiais, Ainda, investigamos o efeito dos papeis sociais nessas relações.
Com relação aos resultados do teste de hipóteses, o FIW (family interference in work) e o WIF (work interference in family) são minimizados com o Fit de limites. No caso do misfit, os efeitos são aumentados. Os diferentes papeis sociais - agênticos e comunais - modificam esses efeitos: Quando agênticos, os efeitos no WIF são maiores. Quando comunais, os efeitos no FIW deixam de existir.
Verificamos como as preferências da organização e do indivíduo podem interferir nos conflitos entre trabalho e família. No caso da interferência do trabalho na família (WIF), o mesmo diminui quando há limites entre indivíduo e organização congruentes. O mesmo ocorre com FIW. Quando há o misfit, há um aumento do FIW, mas não do WIF. Ao evidenciarmos o efeito dos papeis sociais, verificamos que, em relação ao papel agêntico, tanto o efeito do misfit modificam o WIF. Quanto mais agênticos, o WIF diminui na existência de fit, e aumenta na existência de misfit. No caso do FIW, apenas o fit diminui.
Kreiner, G. E. (2006). Consequences of Work-Home Segmentation or Integration: A Person-Environment Fit Perspective. Journal of Organizational Behavior, 27(4), 485-507. NJ, US: Lawrence Erlbaum Associates Publishers. Kreiner, G. E. (2006). Consequences of Work-Home Segmentation or Integration: A Person-Environment Fit Perspective. Journal of Organizational Behavior, 27(4), 485-507.