Resumo

Os Institutos Federais (IFs) possuem como legado e experiências, especialmente a formação de profissionais para as áreas técnicas (SOUSA; BERALDO, 2009). Contudo, uma vez que os Institutos Federais ofertam cursos de graduação e graduação tecnológica (SOUSA; BERALDO, 2009; BRANDÃO, 2010), bem como constituem atores no processo da expansão do acesso ao ensino superior (FERNANDES, 2009; DE LIMA, 2013; RISTOFF, 2014), torna-se relevante realizar análises que colocam em evidência estas instituições como promotoras do ensino superior público.

Assim, o principal propósito do estudo consiste em analisar os IFs, na perspectiva de política pública para ampliação do acesso ao ensino superior, bem como aferir as condições oferecidas por estas instituições para o processo formativo, visto que constituem uma política pública recente. Logo, este estudo voltou-se aos cursos de graduação e graduação tecnológica ofertados pelos IFs . Especificamente, propõe-se avaliar os IFs quanto à ampliação do acesso ao ensino superior, com ênfase no perfil socioeconômico dos alunos e diferenças regionais e as condições oferecidas para o processo formativo.

O estudo se fundamenta nos aspectos apontados pela literatura como fatores que colaboram para o processo de ensino-aprendizagem. Ademais, apresenta-se a evolução histórica da relação educação e trabalho até as duas últimas décadas da educação superior brasileira, período em que esta passou por um processo de expansão e surgiram os IFs (FERNANDES, 2009; DE LIMA, 2013). Nesse processo, os IFs atuam na oferta de curso de ensino superior (SOUSA; BERALDO, 2009; BRANDÃO, 2010) e tem contribuído para a mobilidade social, especialmente para alunos de baixa renda e de pais que não possuem escolaridade

Para alcance dos objetivos utilizou-se a análise fatorial e, posteriormente, utilizou-se os fatores obtidos para a criação de um índice denominado Índice das Condições do Processo Formativo. Considerou-se uma amostra de 2.980 estudantes dos cursos de graduação e graduação tecnológica dos 76 campi dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia de todo o Brasil, que realizaram o ENADE no ano de 2016.

As análises indicaram que os Institutos Federais têm ampliado o acesso ao ensino superior para grupos específicos, especialmente na região Norte, onde a maior proporção dos estudantes são de pais com baixa escolaridade e de baixa renda. Assim, destaca-se a contribuição destas instituições no processo de ampliação do acesso ao ensino superior ofertado por instituições federais. Contudo, a elaboração do ICPF permitiu identificar aspectos destas instituições que, na perspectiva dos estudantes, carecem de aprimoramento.

As análises destacam a contribuição destas instituições no processo de ampliação do acesso ao ensino superior ofertado por instituições federais. Contudo, a elaboração do ICPF permitiu identificar aspectos destas instituições que, na perspectiva dos estudantes, carecem de aprimoramento. Dessa forma, sugere-se que ações integradas entre o Ministério da Educação e os institutos sejam discutidas, para que se criem políticas públicas que visem o aperfeiçoamento destes institutos como grandes propulsores de mudança do status quo.

BRANDÃO, M. O governo Lula e a chamada Educação Profissional e Tecnológica. Revista em educação técnica e tecnológica em ciências agrícolas, v. 1, n. 1, p. 61-87, 2010. DE LIMA, F. B. G. A Formação de Professores nos Institutos Federais: Perfil da Oferta. Revista Eixo, v. 2, n. 1, p. 83-105, 2013. FERNANDES, F. C. M. Gestão dos Institutos Federais: o desafio do centenário da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. HOLOS, v. 2, p. 3-9, 2009. RISTOFF, D. O novo perfil do campus brasileiro: uma análise do perfil socioeconômico do estudante de graduação. Revista da Avaliação da Educa