Intenção de Rotatividade
Práticas de Gestão de Pessoas
Satisfação no Trabalho
Área
Administração Pública
Tema
Gestão Organizacional: Governança, Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades
Autores
Nome
1 - Evalda Rodrigues da Silva de Oliveira UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Programa de Pós-Graduação em Administração e Controladoria - Mestrado Profissional
2 - Ana Paula Moreno Pinho UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
3 - Clayton Robson Moreira da Silva INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ (IFPI) - Campus Pedro II
4 - VALERIA ARAUJO FURTADO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
Reumo
A disputa por talentos reforça a necessidade premente das organizações redefinirem suas políticas de gestão de recursos humanos para conservar os talentos essenciais aos seus planos estratégicos em um ambiente competitivo e, assim, minimizar a intenção dos trabalhadores de sair das empresas. A qualidade do serviço público prestado ao cidadão está intrinsecamente ligada à capacidade dos governos em atrair, contratar e manter servidores competentes e motivados. Práticas de gestão de pessoas e satisfação no trabalho são importantes para a intenção de rotatividade do servidor.
Este estudo pretende responder ao seguinte problema de pesquisa: Quais os determinantes da intenção de rotatividade no setor público, considerando a influência das práticas de gestão de pessoas, da satisfação no trabalho e das variáveis demográficas e ocupacionais? O objetivo deste estudo é analisar os determinantes da intenção de rotatividade no setor público, verificando a influência das práticas de gestão de pessoas, da satisfação no trabalho e das variáveis demográficas e ocupacionais.
Para Siqueira et al. (2014), a intenção de rotatividade é um indicador eficaz para avaliar o pensamento, o planejamento e a vontade dos indivíduos de deixarem a organização. Demo et al. (2014) definem políticas de gestão de pessoas como propostas articuladas da organização, no trato das relações humanas, visando a obtenção de resultados desejados, e práticas de gestão de pessoas como a operacionalização das políticas. Para Siqueira (2008) a expressão “satisfação no trabalho” representa a totalização do quanto o indivíduo vivencia experiências prazerosas no contexto das organizações.
Trata-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa, do tipo survey e de caráter descritiva-exploratória, aplicada a 480 servidores técnico-administrativos. Utilizou-se um questionário estruturado com dados demográficos e escalas (Escala de Políticas e Práticas de Recursos Humanos (EPPRH), de Demo et al. (2014) / Escala de Satisfação no Trabalho - EST de Siqueira (2008) / Escala de Intenção de Rotatividade - EIR de Siqueira et al. (2014)). Na análise dos dados utilizou-se técnicas multivariadas de Análise Fatorial Exploratória (AFE) e estimados modelos de regressão linear múltipla.
As práticas de Gestão de Pessoas “Envolvimento” e “Remuneração e recompensas”, as dimensões da Satisfação no Trabalho “Natureza do trabalho” e “Colegas”, bem como as variáveis demográficas idade e gênero influenciaram negativamente a Intenção de rotatividade dos servidores públicos, com exceção da dimensão “Satisfação com Colegas” que teve influência positiva.
Concluiu-se que quanto mais o servidor percebe o investimento da organização nas práticas de “Envolvimento” e “Remuneração e recompensas” e o servidor se satisfaz com o próprio trabalho, menor será a intenção do mesmo de sair. Ademais, servidores com mais idade e do sexo feminino são menos propensos a deixar a organização. As práticas de gestão de pessoas, a satisfação no trabalho e as variáveis demográficas e ocupacionais são determinantes da intenção de rotatividade no setor público.
SIQUEIRA, M. M. M; GOMIDE JÚNIOR, S.; OLIVEIRA, A. F.; POLIZZI FILHO, A. Intenção de rotatividade. In: SIQUEIRA, M. M. M. (Org.). Novas medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto Alegre: Artmed, 2014.
DEMO, G.; NEIVA, E. R.; NUNES, I.; ROZZETT, K.. Políticas e práticas de recursos humanos. In: SIQUEIRA, M. M. M. (Org.). Novas medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto Alegre: Artmed, 2014.