Resumo

Os bancos e cooperativas, compõem o sistema financeiro brasileiro, e influenciam a economia do país como um todo, uma vez que são agentes financiadores de empresas de diversos setores. Diante do mercado competitivo em que estão inseridos, a gestão eficiente de seus recursos, que são limitados, permite um melhor desempenho, garantindo a permanência destas instituições no mercado, e por conseguinte, contribuindo com toda sociedade (MATIAS et al, 2014; SANTOS; FORTI, 2018). Vários fatores podem influenciar a rentabilidade das instituições financeiras (CORDEIRO et. al, 2018).

Problema de pesquisa: qual a influência do caixa na rentabilidade das instituições financeiras do Brasil? O objetivo deste estudo é verificar a influência do caixa na rentabilidade das instituições financeiras do Brasil. A rentabilidade será avaliada sob a ótica do retorno sobre o ativo (ROA), retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) e margem líquida (NIM), conforme os estudos de Santos e Forti (2018). Adicionalmente, caso seja significante, será investigada se a influência do caixa é maior em bancos ou cooperativas.

Os bancos e cooperativas constituem o mercado de crédito do Sistema Financeiro Brasileiro, e são de grande importância para o financiamento de empresas de diversos setores. Portanto, contribuem para o desempenho da economia como um todo e por conseguinte na condição de vida da população (GONÇALVES; SHIKIDA; LOPES, 2013; MATIAS et al, 2014).

A fim de atender o problema de pesquisa deste estudo foram coletadas informações anuais de todos os bancos e cooperativas disponíveis na base de dados do Banco Central do Brasil (BC) no período de 2000 a 2018. O método adotado para análise foi regressão linear múltipla com dados em painel, por meio do software Stata. Variáveis dependentes: ROA, ROE e NIM. Variável de interesse: Caixa. Variáveis de controle: outras da literatura.

O caixa é a variável de interesse deste estudo e como evidenciado na Tabela 1, não se mostrou significante para os bancos. Em contrapartida, apresentou-se significante e positiva no ROA e ROE de cooperativas, e com sinal inverso para o caixa2, o que evidencia um ponto ótimo de caixa. Logo, verificou-se que o caixa influencia positivamente os resultados do ativo e patrimônio líquido, até determinado ponto, acima dele já reflete negativamente os resultados. Portanto, cabe aos gestores das cooperativas fazer uma boa gestão do caixa para que apresentem melhor desempenho.

A variável caixa teve comportamento insignificante para os bancos, ao passo que para as cooperativas se mostrou positivo e significante no ROA e ROE, e negativo e significante para o NIM. O fato de variável caixa 2 ter apresentado sinal inverso e significante, demonstrou que há um ponto ótimo de caixa, indicando que até certo ponto reflete positivamente, mas acima deste ponto, já não é tão favorável. Com isto, fica evidente a importância da gestão de caixa nas cooperativas para melhor rentabilidade.

ANUÁRIO BRASILEIRO DO COOPERATIVISMO 2018. Disponível em: . Acesso em: 02 jul. 2019. BITTENCOURT, Wanderson R.; BRESSAN, Valéria G. F.; GOULART, Clayton P.; BRESSAN, Aureliano A.; COSTA, Davi R. de M.; LAMOUNIER, Wagner M. Rentabilidade em Bancos Múltiplos e Cooperativas de Crédito Brasileiros. Revista de Administração Contemporânea – RAC, Rio de Janeiro-RJ, v. 21, n.p. 22-40, abr. 2017. Disponível em: . Acesso em: 04 jul. 2019.