Resumo

Título do Artigo

No Palco e na Coxia: Revelando a Intervenção Cênica como Metodologia para Desenvolvimento da Aprendizagem Organizacional
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Palavras Chave

Aprendizagem Organizacional
Metodologia Intervencionista
Arte Cênica

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Aprendizagem nas Organizações

Autores

Nome
1 - Elisângela Conceição Vieira Palongan
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - PPA - Programa de Pós-Graduação em Administração
2 - MARCIO PASCOAL CASSANDRE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - Maringá
3 - Fernanda Coelho Liberali
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO (PUCSP) - Programa de Pós-Graduação em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem

Reumo

Como uma proposta metodológica para a Aprendizagem Organizacional, esta pesquisa buscou contribuir inserindo elementos e técnicas de encenação teatral no processo de aprendizado nas organizações, inspirando-se na obra do dramaturgo russo, Stanislavski, “A preparação do ator”. Para testar as técnicas de encenação teatral de Stanislavski para a Aprendizagem Organizacional foram realizadas adaptações em duas metodologias intervencionistas, o Laboratório de Mudança e a Intervenção Trans/formativa, resultando na Intervenção Cênica.
Considerando que a arte se apresenta como propulsora de criatividade, um facilitador para o aprendizado, surgiu nosso problema de pesquisa: como as técnicas de encenação teatral de Staniskavski contribuem para o processo de aprendizado nas organizações? Com vistas a responder esse problema de pesquisa, estabelecemos como objetivo geral: Compreender como as técnicas de encenação teatral de Stanislavski contribuem para o processo de aprendizado nas organizações.
Dewey (1971), Elkjaer (2001, 2004) e Courtney (2010), consideram a experiência como relevante para o desenvolvimento e para o aprendizado. O indivíduo deve ter a possibilidade de experimentar, de vivenciar, de sentir, ou seja, corpo e emoção, mente e espírito e não somente a razão, fazem parte do processo de aprendizado e desenvolvimento. Dewey (1971) acreditava que a inserção de atividades dramáticas e jogos possibilitava ao jovem e a criança momentos de experimentação que facilitavam o processo de aprendizado.
A pesquisa qualitativa é adequada para a busca dos objetivos da presente pesquisa e, portanto, é a abordagem aqui utilizada. Utilizamos os pressupostos teóricos-metodológicos das metodologias intervencionistas inspiradas na Teoria da Atividade Histórico-Cultural e como procedimento metodológico implementamos uma intervenção inspirada na metodologia intervencionista do LM e na IT, a qual passamos a chama-la de Intervenção Cênica. A análise do material desta pesquisa foi de cunho interpretativa, amparada por um modelo indicado por Gil Flores (1994) e Gil Flores, Jiménez e Gómez (1994).
De acordo com as falas das participantes da pesquisa foi possível identificar que embora a Intervenção tivesse sido temporária, causou provocações. Elas assumiram o protagonismo de pensar, de planejar a organização estrategicamente e não somente nos aspectos operacionais. As participantes elaboraram sugestões de um modelo para uma nova forma de trabalho, exerceram o protagonismo de questionar, analisar, e imaginar o que seria importante para a atividade, mas também para elas, gerando melhores condições de trabalho.
A Intervenção provoca o desenvolvimento de indivíduos ativos e reflexivos (Elkjaer, 2001, 2004), mais questionadores e analíticos. Compreender a AO diante da IC é também compreender que o processo de aprendizagem das atividades e nas atividades, ocorre também quando as atrizes aprendem a se posicionarem não somente em relação as tarefas, mas frente as situações. A IC movimentou as atrizes, as fez sair do lugar comum e ocupar outros espaços, desempenhar outros papeis, tornaram-se protagonistas, desenvolverem novos aprendizados, o que contribui consistentemente para a AO.
Elkjaer, B. (2001, December). The learning organization: An undelivered promise. Management Learning, 32(4), 437-452. London, Thousand Oaks, CA and New Delhi: Sage Publications. Elkjaer, B. (2004). Organizational Learning The ‘Third Way’. Management Learning, 32(4), 419-434. London, Thousand Oaks, CA and New Delhi: Sage Publications. Engeström, Y., & Sannino, A. (2012, março). Whatever happened to process theories of learning? Learning, Culture and Social Interaction. v. 1, p.45 –56. Stanislavski, C. (2016). A preparação do ator (34a ed.). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.