Resumo

A inovação é um poderoso fator que evidencia o desempenho entre empresas (Aas & Pedersen, 2011; Fagerberg, Mowery, & Nelson, 2005; Yang, Yang & Chen, 2014), capaz de diferenciar organizações, levando-as a alcançarem vantagens competitivas e aumentarem a fidelidade dos seus clientes (Reinartz & Ulaga, 2008). As inovações estão por toda parte, em todos os segmentos e aspectos da vida (Hamad et al., 2015), o que não é diferente no contexto educacional (OECD, 2005).

A inovação de maneira global no ensino superior não tem sido sistematizada. O que existe são sobreposições e linhas de diferentes modelos educacionais de ES de outros países. Alinhar condições para a implantação de inovação como estratégia para vantagem competitiva e condições para a implantação da inovação na prestação do serviço educacional, para resultar na capacitação dos alunos, é verdadeiramente um desafio. O objetivo da pesquisa é caracterizar as tendências para a inovação educacional no ES brasileiro.

A inovação educacional caracteriza-se como ação de inventar e depois difundir novas ferramentas educacionais, novas práticas de instrução organizacionais e tecnológicas, capazes de mudar processos e práticas para aprimorar a qualidade e a produtividade de prestação de serviço (Foray & Raffo, 2014). Em média, 30% dos critérios dos indicadores dos novos instrumentos de avaliação e supervisão do ensino superior brasileiro (INEP, 2017a; INEP 2017b) remetem às práticas exitosas ou inovadoras pedagógicas e organizacionais.

Um perfil preliminar online foi feito com 76 especialistas em ensino superior, sendo 17 deles contatados para o aprofundamento de percepções. A análise do conteúdo foi feita a partir de todo o material.

A análise crítica dos resultados culminou no desenvolvimento de um modelo conceitual e na caracterização de tendências, dimensões e subdimensões para a inovação no ensino superior.

As evidências de que a inovação no serviço superior pode assumir práticas e formas, tanto em aspectos ligados à prestação dos serviços de ensino e aprendizagem quanto aos organizacionais, torna-se um campo de estudo amplo, que necessita de aprofundamento. A dimensão Desenho Universal da Acessibilidade e Aprendizagem trouxe as maiores considerações e novas subdimensões surgiram como Governança, Gestão de Riscos, Curricularização da Extensão e Políticas Afirmativas. Os novos achados contribuem para o planejamento, implantação, acompanhamento e avaliação de novas práticas inovadoras.

Foray, D., & Raffo, J. (2014). The emergence of an educational tool industry: Opportunities and challenges for innovation in education. Research Policy, 43(10), 1707-1715. INEP. (2017a). Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação - Presencial e a Distância (Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento). Brasília: INEP. INEP. (2017b). Instrumento de Avaliação Institucional Externa - Presencial e a Distância (Recredenciamento e Transformação de Organização Acadêmica). Brasília: INEP.