Resumo

Título do Artigo

O impacto assimétrico do Sentimento do Investidor na Volatilidade do mercado acionário brasileiro
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Palavras Chave

Volatilidade
Assimetria do Sentimento do Investidor
Difícil Precificação

Área

Finanças

Tema

Apreçamento de Ativos

Autores

Nome
1 - Talieh Shaikhzadeh Vahdat Ferreira
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - João Pessoa
2 - Polyandra Zampiere Pessoa da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI (UFCA) - Curso de Ciências Contábeis
3 - Márcio André Veras Machado
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGA

Reumo

O sentimento do investidor pode provocar um descolamento do preço de seus fundamentos ampliando a volatilidade dos ativos e gerando mispricings temporário. No entanto, evidências empíricas têm documentado que em países desenvolvidos o sentimento do investidor pode apresentar uma capacidade explicativa assimétrica sobre a volatilidade. Essa assimetria pode ocorrer quando são considerados dois fatores: alterações do sentimento entre otimista e pessimista e quando são consideradas características específicas das companhias associadas à dificuldade de precificação.
Nesse sentido, o presente estudo teve por objetivo analisar o efeito do sentimento do investidor sobre a volatilidade do mercado acionário brasileiro. Especificamente, buscou-se identificar se o comportamento assimétrico do sentimento pode ser observado em mercados emergentes, bem como considerando empresas com características de difícil precificação.
No mercado há dois tipos de investidores: os arbitradores e os noise traders. Os últimos baseiam suas decisões em fatores emocionais (sentimento), seguindo tendências, haja vista sua racionalidade limitada quanto aos ruídos de informações. Conforme De Long et al (1990) em períodos de sentimento otimista, há uma maior entrada desses investidores no mercado e uma menor volatilidade dos retornos, enquanto que, em períodos de sentimento pessimista, há um maior risco, e consequentemente, maior retorno e volatilidade, o que gera um comportamento assimétrico da volatilidade no mercado de capitais.
Para representar o mercado acionário brasileiro, optou-se por utilizar a volatilidade do índice do IBRX100, tendo em visa que reflete os retornos de uma carteira teórica composta pelas cem ações mais negociadas na Brasil Bolsa Balcão (B3). Como proxy para sentimento do investidor (Sent), fez-se uso do modelo de Miranda (2018) baseado em variáveis de mercado. Assim, os dados foram estimados utilizando a técnica de mínimos quadrados em dois estágios (MQ2E). Por fim, segregou-se a volatilidade das empresas com características de difícil precificação, para analisar sua sensibilidade ao Sent.
Os resultados sugerem que o sentimento do investidor tem uma relação negativa e significativa com a volatilidade do mercado acionário brasileiro, bem como apresenta um comportamento assimétrico, sendo mais forte estatisticamente para períodos pessimistas. Ademais, observou-se que as empresas com alto padrão de crescimento (book-to-market) e que possuem títulos com liquidez reduzida também apresentam maior sensibilidade ao sentimento do investidor do que suas características opostas, ratificando o comportamento assimétrico.
O sentimento pessimista apresentou maior capacidade explicativa sobre volatilidade, indicando que o impacto assimétrico do sentimento do investidor ocorre em mercados emergentes de forma similar aos mercados mais desenvolvidos. Considerando características associadas à difícil precificação, também identificou-se relações significantes de forma mais pronunciada quando o sentimento era pessimista, indicando haver uma sensibilidade à características das empresas, dado relevante quando se está buscando maior precisão na precificação dos ativos.
Baker, S., Bloom, N., & Davis, S. J. (2016). Measuring economic policy uncertainty, Quarterly Journal of Economics, 131(4), 1593-1636. Brown, G. W.; & Cliff, M. T. (2005). Investor sentiment and asset valuation. The Journal of Business, 78(2), 405–440. De Long, J. B.; Shleiger; A. Summers, L. H.; & Waldmann; R. J. (1990). Noise trader risk in financial markets. Journal of Political Economy, p. 703-738 Kumari J.; & Mahakud, J. (2015). Does investor sentiment predict the asset volatility? Evidence from emerging stock market India. Journal of Behavioral and Experimental Finance, 8, 25-39.