Resumo

Título do Artigo

EFICIÊNCIA RELATIVA DOS PARTIDOS POLÍTICOS BRASILEIROS NAS ELEIÇÕES 2016 E 2018
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Palavras Chave

Eficiência relativa
Análise Envoltória de Dados
Partidos Políticos

Área

Administração Pública

Tema

Promoção da Eficiência, Otimização de Processos e de Recursos Públicos

Autores

Nome
1 - Lucas de Sousa Soares
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade
2 - Denise Maria Moreira Chagas Correa
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Departamento de Contabilidade da FEAAC
3 - Sueli Maria de Araújo Cavalcante
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade - FEAAC
4 - Nirleide Saraiva Coelho
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - departamento de contabilidade
5 - Igor Rodrigo Menezes Teodósio
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade

Reumo

Os partidos políticos apresentam-se como instituições sem fins lucrativos com o objetivo de defender os interesses coletivos de uma população. No entanto, somente em 2017, mais de onze bilhões de reais foram destinados dos cofres públicos para o financiamento do Congresso Nacional e das atividades partidárias (VENAGLIA, 2017). Considerando que estas organizações são mantidas quase integralmente com recursos públicos e conhecendo sua importância para o crescimento econômico de uma nação, faz-se necessário observar como se encontra a eficiência de tais entidades no cenário político brasileiro.
Neste contexto, apresenta-se a seguinte questão: Qual a eficiência relativa do desempenho eleitoral dos partidos políticos no Brasil? O objetivo geral consiste em analisar a eficiência relativa do desempenho eleitoral dos partidos políticos brasileiros nos pleitos de 2016 e 2018, propondo, a partir do geral, os seguintes objetivos específicos: apresentar os rankings de eficiência eleitoral dos partidos políticos; identificar, entre os partidos eficientes, os principais benchmarks para os ineficientes; e apontar os maiores potenciais de melhoria entre os fatores da Análise Envoltória de Dados.
O total de votos conquistado por um político está relacionado à quantidade de recursos investidos na campanha. Assim, a probabilidade de um candidato ser eleito é maior para aqueles que mais recebem investimento do partido (FIGUEIREDO FILHO, 2005). Dado que o principal objetivo de um partido em uma eleição é eleger representantes, tornar-se eficiente, neste caso, significa eleger o máximo de candidatos a um menor custo. Destarte, a Análise Envoltória de Dados apresenta-se como uma das mais eficazes técnicas de avaliação de desempenho, capaz de mensurar a eficiência de variadas organizações.
O estudo foi descritivo, quantitativo e documental. A população da pesquisa compreendeu todos os 35 partidos políticos que participaram das eleições 2016 e 2018. Os dados foram extraídos do website do TSE. Para o cálculo da eficiência, optou-se pelo modelo DEA-CCR, com foco nos resultados. Foram definidos, como fatores de input: o total de candidaturas e os recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral recebidos por cada partido. Como output, considerou-se a quantidade de candidatos eleitos. Por fim, foi utilizado o software Frontier Analyst, versão 1.4, para o processamento dos dados.
Os resultados apontaram que, nas eleições de 2016, cinco partidos foram considerados eficientes (PDT, PMB, MDB, PP e PTC), enquanto, em 2018, foram apenas três (NOVO, PP e PSL). Contatou-se que, dos partidos considerados eficientes em 2016, o PDT foi benchmark para 21 instituições e o PMB não foi benchmark para ninguém. Em 2018, todos os três partidos eficientes foram benchmarks para os ineficientes, com destaque para o PSL e o PP, que foram referência 29 e 24 vezes, respectivamente. Nos dois pleitos eleitorais, o fator com maior potencial de melhoria foi a quantidade de candidatos eleitos.
Os objetivos do estudo foram alcançados por meio da avaliação pelo método DEA, o qual permitiu observar que alguns partidos relativamente pequenos e com menos recursos financeiros, tais como o NOVO e o PSL, foram capazes de atingir níveis de eficiência similares ou mais elevados do que partidos considerados maiores, como o MDB e o PSDB. Os resultados limitam-se aos fatores de input e de output da análise DEA. Como sugestão para pesquisas futuras, recomenda-se a utilização de novos fatores de inputs ou outputs, tais como a quantidade de votos recebidos por partido.
CHARNES, A.; COOPER; W. W.; RHODES, E. Measuring the efficiency of decision-making units. European Journal of Operational Research. v. 2, n. 6, p. 429- 444, 1978. FIGUEIREDO FILHO, D. B. Gastos eleitorais: os determinantes das eleições? Estimando a influência dos gastos de campanha nas eleições de 2002. Revista Urutágua, v. 8, p. 1-10, 2005. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. Partidos políticos registrados no TSE. Brasil, 2019. Disponível em: . VENAGLIA, G. Quanto custa a democracia. Veja, 2017. Disponível em: .