Resumo

O estudo das Capacidades Dinâmicas é uma das áreas de pesquisas mais atuantes e influentes na Administração Estratégica. Diversas revisões da literatura apontam que a literatura desse conceito é extensa, abrangendo campos além da Estratégia, o que torna necessário sistematizar seus resultados (Wilden, Devinney, & Dowling, 2016). Além dessa expansão, a literatura de Capacidades Dinâmicas está ganhando identidade própria; pois esse conceito surgiu como uma extensão da RBV, mas essa literatura já possui um corpo teórico próprio (Vogel & Güttel, 2013).

Todavia, apesar desse interesse expressivo, o conceito de Capacidades Dinâmicas ainda não é claro (Peteraf et al., 2013) e contém inconsistências (Di Stefano et al., 2014). Desse modo, o conceito de Capacidades Dinâmicas ainda precisa ser aprimorado para que possa explicar satisfatoriamente a mudança estratégica da base de recursos das organizações. Portanto o objetivo desse ensaio teórico é explicar os mecanismos geradores de mudança do conceito de Capacidades Dinâmicas.

O presente ensaio teórico analisou a literatura sobre o conceito capacidades Dinâmicas (Teece et al., 1997) por meio das quatro metateorias de processos de mudança elaboradas por Van de Ven e Poole (1995): Ciclo de Vida, Teleologia, Dialética e Evolucionária.

Verificou-se a existência dos quatro mecanismos geradores de mudança (Ciclo de Vida, Teleologia, Dialética e Evolucionária) na literatura de CD. Como também, apurou-se que esses mecanismos de mudança estão combinados. A natureza das CD é composta pelas rotinas (Ciclo de Vida) e liderança da alta administração (Teleologia). O mecanismo de mudança Evolucionário é encontrado nas forças evolucionárias da seleção e retenção das capacidades organizacionais existentes, o que restringe o escopo de mudança das CD. Poucos estudos trataram do mecanismo Dialético, que envolve tensões organizacionais.

O emprego da classificação de metateorias Van de Ven e Poole (1995) permitiu um entendimento mais holístico do conceito complexo de Capacidades Dinâmicas ao abrir a “caixa preta” dos mecanismos geradores de mudança do conceito de Capacidades.

Peteraf, M., Di Stefano, G., & Verona, G. (2013). The elephant in the room of dynamic capabilities: Bringing two diverging conversations together. Strategic Management Journal, 34(12), 1389–1410. Teece, D., Pisano, G., & Shuen, A. (1997). Dynamic capabilities and strategic management. Strategic Management Journal, 18(7), 509–533. Van de Ven, A. H., & Poole, M. S. (1995). Explaining development and change. The Acadeny of Management Review, 20(3), 510–540.