INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E O DESENVOLVIMENTO DA SÍNDROME DE BURNOUT: UM ESTUDO REALIZADO COM PROFESSORES DE UMA UNIDADE ACADÊMICA DA REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO
Inovações Tecnológicas
Síndrome de Burnout
Professores
Área
Gestão de Pessoas
Tema
Gestão de Pessoas e de Equipes
Autores
Nome
1 - Allisson Silva dos Santos INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA (IFPB) - João Pessoa - PB
2 - Giulliane Ohana Cassiano INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA (IFPB) - João Pessoa
3 - Maria Luiza da Costa Santos INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA (IFPB) - Gestão e Negócios
Reumo
As novas exigências nos cotidianos dos professores e a constante ameaça advinda das novas metodologias educacionais oriundas dos recursos tecnológicos, quando associadas a uma rotina exaustiva e incorporada às demais dimensões e papéis assumidos, parece predispor ao surgimento da Síndrome de Burnout. Para Lino e Dias (2018), todas estas modificações também estão relacionadas com o aumento da competição global pelo mercado, que exige do trabalhador um aumento da intensidade e duração do trabalho, levando ao aumento de patologias ocupacionais, dentre elas, o estresse e as doenças decorrentes.
Partindo-se da constatação de que os professores transitam em um ambiente de constante modernização tecnológica e que realizam suas atividades de maneira contínua, sob um clima de pressão e cobranças, como os professores da Unidade Acadêmica de Gestão e Negócios percebem os efeitos das inovações tecnológicas no desempenho de suas funções, e, essa rotina de trabalho pode ser capaz de desencadear a Síndrome de Burnout? O objetivo geral dessa pesquisa baseou-se em analisar os efeitos das inovações tecnológicas no cotidiano dos professores como fonte desencadeadora da Síndrome de Burnout.
A fundamentação teórica deste estudo foi dividida em duas etapas: 1) Inovação Tecnológica e seus Impactos no Ambiente de Trabalho; e 2) Síndrome de Burnout, com o objetivo de discorrer o que vem sido discutido sobre as duas temáticas, na visão de autores como Pacheco et al. (2005), Lipp (2009), Gil-Monte (2005), Diehl e Carlotto (2015), entre outros. Sabe-se que na área educacional, o professor, em todos os níveis, está sujeito a considerável número de estressores que, quando percebidos e interpretados como tais, tornam-no uma categoria profissional de risco.
Os dados foram coletados através de um formulário aplicado a cada professor, no período de 18/02/2019 até 23/02/2019, que levantou informações sobre o perfil sociodemográfico dos sujeitos da amostra, o processo das inovações tecnológicas no cotidiano da profissão do professor, e o desenvolvimento da Síndrome de Burnout, a partir de quatro variáveis: Ilusão do Trabalho, Desgaste Psíquico, Indolência e Culpa. Foram adotados procedimentos de organização e análise que contou com o apoio dos softwares Excel e IBM SPSS 21.0, com utilização de estatística descritiva e inferencial.
Com base nos achados, tem-se que os respondentes da pesquisa não se encaixam nem no perfil 1, e nem no perfil 2 da Síndrome de Burnout, visto que os resultados foram positivos no que concerne na tendência de não existência de meios que causem a Síndrome de Burnout nos professores da Unidade Acadêmica de Gestão e Negócios. A partir dos resultados das correlações, observa-se uma correlação positiva entre a variável Inovações Tecnológicas e a dimensão Desgaste Psíquico (ρ = 0,39, p < 0,05). Quanto ao Gênero também ficou evidente uma correlação negativa com as Inovações Tecnológicas.
Diante do contexto pesquisado neste trabalho, notou-se resultados significativos, em sua maioria, que caracteriza a não predominância das dimensões da Síndrome de Burnout entre os professores da UAG, mas foi comprovada estatisticamente a relação positiva entre desgaste psíquico e inovações tecnológicas, significando que quanto mais problemas forem encontrados através das inovações tecnológicas mais os professores estarão propensos a se sentirem cansados psicologicamente.
DIEHL, Liciane; CARLOTTO, Mary Sandra. Síndrome de Burnout: indicadores para a construção de um diagnóstico. Psicologia Clínica, Rio de Janeiro, v. 27, n. 2, p.161-179, 07. 2015.
GIL-MONTE, Pedro R. El síndrome de quemarse por el trabajo (burnout): Factores antecedentes y consecuente. In: JORNADA “EL SÍNDROME DE QUEMARSE POR EL TRABAJO EN SERVICIOS SOCIALES", Valencia: Diputácio de Valência, 2005. p. 11 - 25.
PACHECO et al. A era da tecnologia da informação e da comunicação e a saúde do trabalhador. Revista Brasileira de medicina do Trabalho. 3(2):p. 114-122, Jan. 2005