Resumo

Os jovens têm buscado sua inserção no mercado de trabalho, procurando sua primeira oportunidade de emprego, a fim de desenvolver suas competências. E é justamente com esse propósito que o programa jovem aprendiz foi criado, apoiando-se na chamada Lei da aprendizagem 10.097/2000. De acordo com Decreto nº 5.598/2005, art 3º,o empregador compromete-se com a formação físico, moral e psicológica dos jovens. Dando-lhes apoio o desenvolvendo de competências para o mundo do trabalho. É possível identificar um elo existente entre os objetivos do programa e o que se pretende alcançar com essa pesquisa.

Dados do Ministério do trabalho, apontam que desde sua criação em 2005, 3.159.497 jovens foram inseridos no mercado de trabalho; obtendo um crescimento significativo nos últimos quatro anos. Seria possível esperar reflexos positivos na vida desses jovens, no âmbito profissional. No entanto, isso se verifica, na prática? Diante desse contexto, esse trabalho se propõe, enquanto objetivo, analisar a contribuição do Programa Jovem Aprendiz no desenvolvimento de competências profissionais discentes para atuação no mercado de trabalho, na percepção dos próprios alunos.

Para fins deste trabalho, entende-se que a competência não se relaciona apenas com a qualificação, mas envolve a ação, o fazer.Paiva (2007) ressalta que a competência profissional é resultante da mobilização de recursos de um conjunto de saberes diferenciados, de maneira que geram resultados reconhecidos individual, técnico-funcional, comportamental, ética e politicamente. O Programa Jovem Aprendiz é um projeto do governo federal criado a partir da Lei da aprendizagem (Lei 10.097/00), com o intuito de incentivar as empresas a desenvolver programas de aprendizagem.

Para fins deste estudo de abordagem quanti-qualitativa, optou-se pela abordagem descritiva e exploratória. Como estratégia de pesquisa, classifica-se como estudo de caso, realizado com Jovens aprendizes de uma instituição formadora vinculada ao programa, na cidade de Campina Grande – PB. Para coleta de dados, foram utilizados o questionário e a observação participante e pesquisa documental. O questionário tomou como base o instrumento utilizado por Fleyry e Fleury (2001) e Paiva et. al. (2011). Para a análise do presente estudo, utilizou-se o programa IBM SPSS Statistics - versão 21.

Constatou-se que de maneira geral os saberes profissionais têm sido alcançados pela maioria dos jovens, e que o programa tem conseguido contribuir no que tange ao desenvolvimento dessas competências. A partir do grupo de competências profissionais avaliadas pelos participantes do Programa Jovem Aprendiz, identificadas à luz do modelo de Fleury e Fleury (2001),como um dos blocos trabalhados por Paiva (2011), verificou-se que o programa abrange grande parte das competências mencionadas, que de acordo com a percepção dos jovens no que tange ao grau de satisfação da contribuição do programa.

O programa tem conseguido alcançar o que se propõe, desenvolvendo os jovens de forma complementar, na formação técnico-profissional, proporcionando troca de experiências e preparando - os para diferentes circunstâncias nas organizações, logo as contribuições que o programa trouxe não se limitam apenas a experiência profissional. Todavia, há muito ainda a ser estudado e descoberto sobre o programa jovem aprendiz, pois a sociedade passa por mudanças e consequentemente o mercado também, e se faz necessário explorar de forma específica e concreta a inserção dos jovens no mercado.

FLEURY, M. T. L.; FLEURY, A. Construindo o Conceito de Competência. Revista de Administração Contemporânea (RAC). Edição Especial, p. 183-196, 2001. PAIVA, K. C. M. Competências profissionais e interdisciplinaridade no Direito: percepções de discentes de uma faculdade particular mineira. Educação e Pesquisa, São Paulo, 2011. PAIVA, K. C. M. Gestão de Competências e a Profissão Docente: um estudo em universidades no Estado de Minas Gerais. Tese, Administração, UFMG, 2007. MANUAL DA APRENDIZAGEM: o que é preciso saber para contratar o aprendiz – 4. ed. – Brasília: MTE, SIT, SPPE, ASCOM, 2009.