Resumo

Título do Artigo

Saúde Pública em Movimento: adesão às academias de ginástica como prevenção da obesidade
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Palavras Chave

Doenças Crônicas Não Transmissíveis
Obesidade
Fitness e Bem-estar

Área

Administração Pública

Tema

Gestão em Saúde

Autores

Nome
1 - Christian Gomes e Souza Munaier
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO (PUCSP) - Monte Alegre
2 - Luiz W Tavares
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP - Programa de Pós-Doutorado em Administr - Administracao

Reumo

A redução de leitos hospitalares é uma tendência observada em todo o mundo e a receita de uma melhor cobertura da saúde não é, necessariamente, mais leitos hospitalares e mais médicos, mas sim a gestão correta de todos os determinantes da saúde. A OMS monitora os riscos das Doenças Crônicas Não Transmissíveis enfrentados pelos países. Cada país é avaliado segundo as seguintes variáveis: uso prejudicial de álcool, inatividade física, uso de tabaco, Diabete, pressão arterial elevada, obesidade, entre outros. Estima-se que 71% das mortes em 2016 em todo mundo tenham sido causadas pelos DCNTs.
Advindos de fontes fidedignas, dados secundários de 61 países sobre expectativa de vida ao nascer, leitos por 1.000 habitantes, PIB per capita, indicadores de risco de DCNTs - geral, obesidade, obesidade infantil e inatividade -, número de academias para cada 100 mil habitantes e percentual da população matriculada em uma academia foram analisados quantitativamente. O objetivo: inferir sobre a importância das academias no combate às DCNTs - em especial, na luta contra a obesidade e sedentarismo - e oferecer possíveis indicadores extras para a análise da Saúde Pública.
Estudos sobre a atividade física em academias no combate às DCNTs têm aderência aos estudos de políticas públicas de saúde. Hallal et al. (2010) estudaram os usuários e não-usuários do Programa Academia da Cidade de Recife. Verificou-se um percentual maior entre os não-usuários (45,4%) com a percepção de saúde regular ou ruim em detrimento aos usuários (28,5%). Malta et al. (2009) reforçam que os objetivos centrais dos serviços de saúde são a garantia ao acesso, à assistência e orientação à atividade física como forma de promoção e proteção à saúde da população.
Este estudo utilizou regressões lineares para verificar a relação entre os dados coletados e tratados. Foram identificadas 4 variáveis dependentes entre os dados, PENETRATION RATES, LIFE EXPECTANCY, RISK OF OBESITY e RISK OF NCD. Os dados foram processados com o sistema Statistical Package for Social Science (SPSS) versão 25, e em conjunto com as saídas das regressões foram realizadas as análises de variância (ANOVA) em todos os casos. Para cada variável dependentes, foram incluídas as variáveis disponíveis e utilizando o método backward foram excluídas as variáveis com ∝ > 0,05.
H1: maior número de leitos por 1 mil habitantes, menor risco de DCNTs e maior PIB per capita impactam positivamente na expectativa de vida de um país (R2=82,7%). H2: menor risco de obesidade infantil e maior percentual da população frequentando academias impacta positivamente em um menor risco de obesidade em adultos (R2=61,5%). H3: maior PIB per capita impacta positivamente em um maior percentual da população matriculada em academia (R2=69,2). H4: maior PIB per capita maior e maior número de academias por 100 mil habitantes impactam positivamente em um menor risco geral das DCNTs (R2=45,1%).
Propomos, como contribuição para a gestão pública de saúde, recomendar como fundamental que o acesso à academia seja uma possibilidade econômica para o indivíduo. As possibilidades são muitas, desde uma maior desoneração fiscal/ tributária às academias que promoverem ações de inclusão em suas instalações para população de baixa renda ao subsídio do poder público a esse acesso. Cidades como Recife têm buscado franquear o acesso à atividade física regular e orientada e com resultados concretos para a saúde pública de sua população (Hallal et al., 2010).
Bueno et al. (2016). Os custos da inatividade física no mundo: estudo de revisão Artigo. Ciência & Saúde Coletiva, 21(4):1001-1010 Brasil 1. (2018). Ministério da Saúde. Vigilância de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) - Fatores de Risco. Disponível em http://portalms.saude.gov.br/vigilancia-em-saude/vigilancia-de-doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt/fatores-de-risco IHRSA – International Health, Racquet and Sportsclub Association (2018). IHRSA Global Report 2018. Boston. Wen, C.P., & Wu, X. (2012). Stressing harms of physical inactivity to promote exercise. The Lancet, Vol 380, 21