Resumo

Entre os anos de 2000 e 2018, houve uma evolução significativa da participação de cooperativas no Sistema Financeiro Nacional (SFN). O patrimônio líquido apurado passou a representar 5,9% do total, com uma variação positiva de 4,1%. Diante deste cenário, torna-se valioso avaliar o desempenho das cooperativas de crédito do Brasil para melhor entender o processo de desenvolvimento geral do setor financeiro e, ainda, compreender de que maneira a eficiência operacional de cooperativas é afetada pela rentabilidade, se comparada aos demais bancos privados.

Problema de pesquisa proposto: A eficiência operacional de Cooperativas de Crédito é afetada positivamente pela rentabilidade, porém, em um menor nível que a de bancos privados? Objetivos: Avaliar a relação positiva entre a eficiência de cooperativas de crédito, de bancos privados de controle nacional e de bancos privados de controle estrangeiro e a rentabilidade.

Conforme resultados obtidos no estudo de (MATIAS et al., 2015), índices de eficiência de bancos privados no período compreendido entre os anos de 2002 e 2012 apresentaram maiores níveis que aqueles das cooperativas de crédito. Acredita-se, assim, que a rentabilidade de cooperativas brasileiras produz influência positiva sobre a eficiência operacional, porém, as cooperativas são menos afetadas que os Bancos Privados. Com o objetivo de responder a esta questão, foi proposto um indicador de medição de eficiência operacional, diferente daquele utilizado por (MATIAS et al., 2015).

A amostra empregada neste estudo foi originalmente obtida a partir de dados de Informações Financeiras Trimestrais (IFT) entre os anos de 2000 e 2018. Os dados foram explorados por meio do software STATA. Foi realizada a estatística descritiva das variáveis em questão e foram aplicadas regressões de painel longitudinal por meio de efeitos fixos, o que permitiu o controle da influência das variáveis não observadas no resultado do modelo.

Os indicadores de rentabilidade, de fato, afetam a eficiência de cooperativas. A significância estatística produzida indica que a rentabilidade também afeta positivamente a eficiência de bancos privados. A análise da significância estatística do tamanho das cooperativas demonstra que cooperativas maiores são mais eficientes. As instituições privadas com controle nacional são as mais afetadas pelas variações de ROA no que diz respeito à eficiência.

Os principais resultados obtidos demonstram que as cooperativas de crédito são afetadas positivamente pela rentabilidade (ROA, ROE) e pelo tamanho da cooperativa. Contudo, a margem operacional (NIM) e a prevalência de utilização de capital próprio (CAP) produzem impacto negativo sobre a eficiência operacional (IEF). O aspecto mais relevante foi a contraposição do estudo de (MATIAS et al., 2015) dado que as análises trouxeram como resultado a maior eficiência de cooperativas que a de bancos privados.

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