Resumo

Título do Artigo

OTIMIZAÇÃO EM FUNDOS DE AÇÕES BRASILEIROS CONSIDERANDO A RELAÇÃO ENTRE PERFORMANCE E TAXA DE ADMINISTRAÇÃO
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Palavras Chave

Fundos de Ação
Performance
Taxa de Administração

Área

Finanças

Tema

Técnicas de Investimento

Autores

Nome
1 - João Victor Duarte Lima Villas Bôas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Escola de Engenharia
2 - Sabrina Amélia de Lima e Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas

Reumo

Os fundos de investimento têm se tornado uma opção acessível e com expressiva participação no mercado financeiro, até mesmo para pequenos investidores. Avaliar fundos de investimento pode ser um grande desafio para investidores do mercado de capitais visto que tais aplicações são dotadas de riscos que requerem avaliações em conjunto à sua performance. Espera-se que fundos que adotam uma taxa de administração mais elevada propiciem maiores rentabilidades ao seus cotistas, sendo esta hipótese testada neste trabalho.
O investidor tem ao seu dispor uma vasta gama de fundos e avaliá-los em termos de performance e custos se faz relevante. Surge então o problema de pesquisa: Existe uma relação positiva entre taxa de administração e performance nos fundos de ações brasileiros? O trabalho tem o objetivo de apresentar fundos de ações otimizados e avaliar a relação entre performance e taxa de administração. Adicionalmente, objetiva-se compará-los com uma carteira composta pelas principais ações componentes do Ibovespa.
Conforme destacam Kirby e Ostdiek (2012) o modelo tradicional de Markowitz (1952) ainda é muito utilizado em problemas de alocação de ativos e uma razão está em sua abordagem, que acomoda facilmente problemas reais e fornece soluções numéricas rápidas. Desta forma, os critérios de otimização foram baseados no trabalho seminal de Markowitz. Dalmácio e Nossa (2005) afirmam que com a existência de um grande número de fundos de investimento ativos em ações existentes no Brasil, há uma grande variabilidade em termos da taxa de administração cobrada dos cotistas para entrada no fundo.
A partir do resultado dos 102 fundos de ações da amostra, classificou-se os mesmos nos quatro quadrantes pelo método de mediana, sendo o eixo x sendo a taxa de administração cobrada pelo fundo e y a performance realizada pelo fundo (mensurada pelo Índice de Sharpe acumulado de 3 anos de cada fundo). Com o Índice de Sharpe e a taxa de Administração foi feita a mediana para separar cada fundo em seus respectivos quadrantes, tendo então sido montada uma base para cada quadrante. Após isto, estimou-se o portfólio tangente para cada quadrante por Markowitz (1952) comparando os resultados com ações.
O valor encontrado para mediana em relação à taxa de administração cobrada foi de 1,65%, já o valor mediano para o Índice de Sharpe foi de -2,86%. Pode-se perceber pela distribuição entre os quadrantes que há uma independência da taxa de administração em relação à taxa de performance, visto que fundos que possuem taxa de administração similares foram alocados em diferentes quadrantes devido principalmente à uma diferença de performance em relação aos seus pares com taxa similar. Dentre os 10 portfólios otimizados, o composto por ações sem limitação de aplicação obteve o melhor retorno.
Os melhores resultados, neste momento, foram apurados para os fundos com maior taxa de administração, todavia, a carteira que superou todas as demais foi aquela composta por parte das ações com maior liquidez do principal índice da B3, o Ibovespa. Apesar da carteira de ações direta ter obtido melhores retornos, ao investir através de fundos o investidor delega os cuidados do seu dinheiro para uma equipe de gestão especializada que seguirá a política de investimentos do fundo em questão.
DALMACIO, Flavia Zoboli; NOSSA, Valcemiro; ZANQUETTO FILHO, Helio. Avaliação da Relação entre a Performance e a Taxa de Administração dos Fundos Ativos Brasileiros. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade. São Paulo, v. 1, n. 3, p. 1-29, 2005. MARKOWITZ, Harry. Portfolio selection. The journal of finance, v. 7, n. 1, p. 77-91, 1952. YOSHINAGA, Claudia Emiko; ROCHMAN, Ricardo Ratner; JUNIOR, William Eid. Fundos de investimento e o Brasil em 2019. Anuário da Indústria de Fundos de Investimento, 2019.