Resumo

Título do Artigo

Impacto das importações nos componentes do capital de giro em empresas brasileiras
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Palavras Chave

Capital de Giro
Ciclo de Conversão de Caixa
Importação

Área

Finanças

Tema

Gestão Financeira

Autores

Nome
1 - PAULO HENRIQUE NASCIMENTO NUNES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Fagen
2 - Vinícius Silva Pereira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Fagen

Reumo

Esse estudo tem por objetivo analisar o impacto que as importações têm sobre o ciclo de conversão de caixa das empresas brasileiras. Para tanto, foram analisadas 272 empresas de capital aberto entre os anos de 2010 e 2018. Os dados foram agrupados em painel e realizada regressão linear para análise. Como proxy para necessidade de capital de giro foi utilizado o Ciclo de Conversão de Caixa (CCC), que foi separado entre seus componentes para melhor análise. Os resultados indicam correlação positiva da importação para CCC, Estoques e Prazo de Pagamento e negativa para Prazo de Recebimento.
Para definição de capital de giro, o giro do estoque e prazo de pagamento são relevantes e podem ser afetados por prazos de recebimento e condições de pagamento ao realizar-se importações. Diante disso, levanta-se o seguinte problema de pesquisa: “De que maneira as empresas brasileiras que realizam importações têm sua necessidade de capital de giro afetada?”. Assim, esse estudo tem por objetivo analisar o impacto que as importações têm sobre o ciclo de conversão de caixa das empresas brasileiras.
O CCC evidencia a influência da do prazo de estoque e condições de pagamento para designar o CG adequado para a companhia. Dessa forma, empresas que realizam importações podem ter seu CG influenciado por condições de pagamento e nível de estoque, uma vez que os prazos de recebimentos tendem a ser maiores, além de problemas de atrasos na entrega, conforme argumentado por Barine (2012) em seu estudo realizado no mercado nigeriano. No mercado brasileiro, os possíveis atrasos para recebimento de mercadorias importadas ficam evidentes no estudo de Furlan e De Oliveira Pinto (2013).
Utilizou-se de dados de empresas brasileiras de capital aberto, excluindo-se as financeiras, no período entre 2010 e 2018, disponibilizados no Economática. Os dados foram organizados em painel e realizada regressão para análise dos resultados. Como variáveis dependentes, utilizou-se o CCC e seus componentes separadamente para entender o comportamento do CG frente à variável independente de teste, que foi definida como a taxa de importações, medida pela razão entre fornecedores estrangeiros e fornecedores total.
Os resultados apresentaram significância estatística da taxa de importação em todos os modelos, sendo que somente o modelo de recebíveis apresentou correlação negativa, enquanto os demais positiva. O coeficiente positivo da taxa de importação no modelo de análise do ciclo de conversão de caixa indica que empresas que fazem mais importações necessitam de destinar maior montante de capital para fins de capital de giro. Esse aumento no CCC em empresas importadoras pode ser justificado pela maior necessidade de estoque, que é evidenciada pelo coeficiente positivo do modelo 2.
Os resultados sugerem que empresas que fazem mais importações necessitam de maior montante de capital direcionado para estoques, aumentando sua necessidade de capital de giro e, para minimizarem esse impacto, tendem a reduzir os prazos de recebimento de seus clientes e negociar melhores condições de pagamentos, principalmente com fornecedores nacionais.
CABALLERO, S.B.; TERUEL, P. J. G.; SOLANO, P. M. Working capital management, corporate performance, and financial constraints. Journal of Business Research, v. 67 332–338, 2014. MOREIRA, P. O. et al. A Relação entre os Componentes do Capital de Giro e o Grau de Internacionalização das Empresas Multinacionais Brasileiras/The Relationship Between the Components of Working Capital and the Degree of Internationalization of Brazilian Multinational. Revista FSA (Centro Universitário Santo Agostinho), v. 15, n. 8, p. 106-131, 2018. PALOMBINI, N. V. N; NAKAMURA, W. T. Key factors in working capital ma