Resumo

Título do Artigo

QUANDO UM CONCEITO TRANSFORMADO EM FETICHE: AS CONTRADIÇÕES DO MANAGEMENT PARA A MANUTENÇÃO DO STATUS QUO
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Palavras Chave

Teoria Crítica
História dos Conceitos
Teoria do Agir Comunicativo

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Abordagens e Teorias organizacionais Contemporâneas

Autores

Nome
1 - Elizeu Barroso Alves
UNIVERSIDADE POSITIVO (UP) - PPGA

Reumo

Whitmore (2006, p.1) nos apresenta que o “coaching não é uma simples técnica a ser transmitida e aplicada rigidamente em determinadas circunstâncias prescritas. É um modo de gerenciar, de lidar com pessoas, de pensar e de ser”. Nos tempos atuais, o coaching se apresenta com diversas as vertentes, desde o coach sexual até o coach espiritual. Para esse ensaio, estamos especialmente interessados na concepção de coach de recursos humanos, de cunho funcionalista-gerencialista, que o apresenta de forma simplicista a solução para promover o desenvolvimento de pessoas e de equipes.
Um dos objetivos desse trabalho é trazer luz a contradição do pensamento hegemônico management que se apresenta e prescreve uma forma de solução – mesmo não o afirmando veementemente – para as resoluções dos problemas organizacionais. Para tanto, partiremos de uma meta-discussão sobre a teoria funcionalista, em sua razão de orientação positivista, de uma teoria tradicional e suas contradições possíveis de serem apontadas por uma teoria crítica, franqueada na Escola de Frankfurt, notadamente na teoria do agir comunicativo de Habermas (2012).
Se de um lado, temos que o estar no mundo do sujeito da teoria tradicional se dá de forma natural, de caráter descritivo e com o seu método de se chegar a verdade pelo progresso científico, abre-se a possibilidade de alienações pelas funções ou como consequência natural desse sistema econômico. Por outro lado, temos a proposta da teoria crítica em trazer para a discussão tal incoerência, onde através da crítica o sujeito pode desenvolver o seu comportamento crítico.
Sendo o management uma construção sócio-histórica, oriundo do surgimento do capitalismo moderno, onde os setores produtivos foram suplementares a essa ordem econômica (DOBB, 1980; VIZEU, 2010) e seu marco se deu do nascimento da gestão como um processo industrial sistemático (JENKS, 1960; VIZEU, 2010) o pensamento management tem sido o predominante para se pensar em gestão e organizações. Com isso, “o modelo de organização universalizado como referência é o modo de produção capitalista, baseado na reprodução do capital e na racionalidade utilitarista.
Ponto de relevância dessa discussão, é que para justificar o uso e as práticas, alguns autores como Idalberto Chiavenato, usam de uma retórica sedutora para apresentar Sócrates como sendo o inspirador do Coaching, como se tal prática à época do filósofo grego pudesse ser simplesmente recortada e colocada nos tempos atuais. Outro ponto a se levar em consideração é o abuso do ‘uso das ciências’ como forma a legitimar as ações, pelo sufrágio funcionalista de detentor da verdade.
RAC. Revista de Administração Contemporânea (Online), v. 19, p. 127-141, 2015. SINCLAIR, J.M. Coach In: Collins English Dicionary. Birmingham, HarperCollins Publishers, 1994, p.309. THOMPSON, J. B. Ideologia e cultura moderna: teoria social critica na era dos meios de comunicação de massa. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. VIZEU, Fabio. (Re)contando a Velha História: Reflexões sobre a Gênese do Management. RAC. Revista de Administração Contemporânea (Impresso), v. 14, p. 780-797, 2010.