Resumo

Título do Artigo

GESTÃO DOS RESÍDUOS TÊXTEIS: um estudo de caso no município de Belo Horizonte (MG)
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Palavras Chave

Resíduos sólidos
Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Desenvolvimento Local.

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Gestão Ambiental

Autores

Nome
1 - Fernanda Carla Wasner Vasconcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Escola de Engenharia
2 - Gabriela Leite Marcondes Schott
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA (UNA) - Mestrado em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local
3 - Poliana Gomes Silveira Machado
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA (UNA) - Mestrado em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local
4 - Wellington Nora Soares
Fundação de Ensino de Contagem - FUNEC - CENTEC

Reumo

A gestão de resíduos têxteis (RT) torna-se necessária em todo o território nacional, mas ainda pouco praticada e com a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), as indústrias de confecção do vestuário precisam pensar práticas de gestão ambiental adequadas para os RT, incluindo ações de prevenção e precaução que consistem em reduzir, reutilizar, reciclar, tratar e dispô-los adequadamente visto que um dos objetivos da PNRS é estimular a adoção de padrões sustentáveis de produção, desenvolvimento de tecnologias limpas e incentivo à indústria da reciclagem.
A gestão dos RT é uma prática realizada em países desenvolvidos, mas não há evidências de projetos e estudos para os RT no Brasil, contemplando métodos de reciclagem e de reaproveitamento, possibilitando a inclusão social produtiva de catadores de materiais recicláveis ou despertando o interesse de empresas do setor, na formação de um novo mercado consumidor. Assim, a questão norteadora é Como as práticas de gestão ambiental podem contribuir para a diminuição dos RT descartados no ambiente? E, o objetivo é analisar as práticas de gestão ambiental que podem contribuir para reduzir esse descarte
O descarte inadequado dos resíduos sólidos urbanos, incluindo os RT, causa prejuízos ao ambiente e motiva a exploração de novos recursos. Com o intuito de promover a gestão desses resíduos, a partir dos 3R, foram instituídas a PERS (MINAS GERAIS, 2009) e a PNRS (BRASIL, 2010). Como exemplos dessas práticas de gestão mencionam-se os relatórios anuais do Defra (2015) e os estudos de Jacobi e Bensen (2011) e De Carli e Verzon (2012). Assim, ações integradas que prolonguem a vida útil das fibras têxteis e que envolvam geradores e responsáveis por seu manejo estão em consonância com PERS e a PNRS.
Esse estudo constitui uma pesquisa de campo, com abordagem qualitativa, finalidade descritiva, constituindo um estudo de caso. Como unidades de análise, foram escolhidas por acessibilidade e julgamento, vinte organizações que apresentam práticas de gestão de resíduos têxteis. Utilizaram-se entrevistas semiestruturadas até a saturação, como instrumento para coleta de dados, aplicadas aos seus gestores. As entrevistas foram gravadas, transcritas e submetidas a análise de conteúdo, por meio do Iramuteq. Foram seguidos os aspectos éticos conforme exigido pela Plataforma Brasil.
O software Iramuteq aferiu saturação do processo visto que dos 905 segmentos que compuseram o corpus textual, 744 foram classificados (82,21%). Foram estabelecidas quatro classes (i) Ciclo de produção e consumo; (ii) Práticas ambientais; (iii) Desenvolvimento local e (iv) Relações institucionais e políticas públicas que ilustram aspectos relacionados à gestão socioambiental dos resíduos têxteis. Os depoimentos evidenciaram que a redução e o reuso estão associados diretamente ao processo produtivo e as práticas ambientais podem subsidiar a sustentabilidade da gestão dos resíduos têxteis.
Concluiu-se que é necessária uma gestão adequada dos resíduos têxteis, desde a sua geração até à destinação final ambientalmente correta. Nessa perspectiva, comportamentos, atitudes e valores motivam práticas de gestão socioambiental para a redução, reutilização e reciclagem dos resíduos têxteis, incentivados pelos processos educativos, cooperação, envolvimento, participação, integração e responsabilidade entre sociedade, empresas e poder público, incorporando e transformando os processos produtivos e promovendo uma gestão sustentável para esses resíduos.
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. (PNRS). Brasília: DOU, 03 ago. 2010. DE CARLI, A.M.S.; VENZON, B.L.S. Moda, Sustentabilidade e Emergências. Caxias do Sul: EDUCS, 2012. DEFRA. Department for Environment, Food and Rural Affairs. Digest of Waste and Resource Statistics. Edição 2015. JACOBI, P.R.; BESEN, G.R. Gestão de resíduos sólidos em São Paulo: desafios da sustentabilidade. Estudos Avançados, v.25, n.71, 2011. MINAS GERAIS. Lei nº 18.031, de 12 de janeiro de 2009.(PERS). Minas Gerais: Diário do Executivo, 13 jan. 2009.