Resumo

Título do Artigo

O PESO DA BELEZA: consumo de moda e a imagem corporal de mulheres obesas
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Palavras Chave

Consumo de Moda
Obesidade
Autoimagem

Área

Marketing

Tema

Consumo e Materialismo

Autores

Nome
1 - Janaína Martins dos Reis
Centro Universitário Unihorizontes - MG - Santo Agostinho

Reumo

O consumo é um fenômeno que transcende o simples ato individual e compreende um conjunto de diversos fenômenos sistemáticos e amplos, de natureza social e cultural. Neste aspecto, a publicidade, os rituais de consumo e o mundo da moda recebem influência direta da cultura, pois carregam seus significados culturais que moldam todo o processo de consumo (MCCRACKEN, 2015). Dessa maneira, a moda se consolida como um elemento de individualização das aparências, de diferenciação e de hierarquia social (LIPOVETSKY, 2017).
Este estudo objetivou analisar como se configura a relação entre a autopercepção da imagem corporal de mulheres obesas e o consumo de moda na cidade de Belo Horizonte/MG.
Bittencourt e Tavares (2018) consideram que o ato de consumir transcende a necessidade dos indivíduos, representando também uma reprodução social, um ato cultural. Atividades corriqueiras como vestir, comer e beber, entre outras, compõem significados que, aliados ao meio social, fomentam a construção da identidade dos indivíduos e das instituições, que persistem no tempo. Ao mesmo tempo em que o desejo e a preferência de consumo integram a identidade individual na sociedade contemporânea, ao consumir, o sujeito descobre quem é.
Em termos metodológicos a pesquisa se caracteriza como descritiva de abordagens quantitativa, método de pesquisa Survey. Foram respondidos 214 questionários validos por mulheres com idade entre 18 a 55 anos. Para mensuração da percepção da autoimagem foi utilizada a escala de silhueta elaborada por Kakeshita et al. (2009). O tratamento dos dados foi por analise estatística multivariada.
Os resultados indicam a existência de distorção da autoimagem nos três grupos analisados. Sendo que o grupo de sobrepeso e obesidade I apresenta uma superestimação do peso corporal. Nos grupos de obesidade II e III a uma inversão desta percepção passando a subestimarem o tamanho do seu corpo. Constatou-se que, quanto maior o percentual de superestima e subestima da autoimagem do grupo em detrimento a escolha da imagem compatível a real dimensão corporal do indivíduo, maior é o comprometimento da satisfação de consumidores com sobrepeso e obesidade.
Constatou-se que a visão distorcida da autoimagem de mulheres com excesso de peso e obesidade pode impactar no processo de consumo do vestuário das mesmas. O grupo Superestima composta por mulheres com sobrepeso e obesidade I apresentam uma superestimação do peso, ou seja, maximiza sua massa corporal. O grupo Subestima composto por mulheres com obesidade II e III, a uma inversão desta percepção passando a subestimarem o tamanho do seu corpo, ou seja, negam ter ganhado peso.
KAKESHITA, I. S.; SILVA, A. I. P.; ZANATTA, D. P.; ALMEIDA, S. S. Construção e fidedignidade teste-reteste de escalas de silhuetas brasileiras para adultos e crianças. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 25, n.2, p. 263-270, 2009. MUTTARAK, R. Normalization of plus size and the danger of unseen overweight and obesity in England. Obesity, v. 26, n. 7, p. 1125-1129, 2018.ZANETTE, M. C.; PEREIRA Z. B., E. Fashionable subjects and complicity resistance: power, subjectification, and bounded resistance in the context of plus-size consumers. Consumption Markets & Culture, p. 1-20, 2018