Resumo

Título do Artigo

Capacidades Dinâmicas, Vazios Institucionais e Inovação em Custo: Evidências do Brasil e Estados Unidos
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Palavras Chave

Capacidades Dinâmicas
Vazios Institucionais
Inovação em Custo

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Competitiva Baseada em Recursos

Autores

Nome
1 - Fabio Emanuel Farago
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - PPGA
2 - Rafael Morais Pereira
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Programa de Pós-Graduação em Administração
3 - Leandro Lima dos Santos
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - FEA
4 - Felipe Mendes Borini
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração
5 - Maria Adriana de A. Camargo
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - Sao Paulo

Reumo

Entender os fatores determinantes da inovação, e consequentemente, do aumento de competitividade, tem sido constantemente o alvo de boa parte das pesquisas acadêmicas relacionadas ao campo da administração estratégica. A inovação em custo é um novo padrão de inovação que surgiu não apenas nos países em desenvolvimento, mas também nos países desenvolvidos. Entretanto, pesquisas não se aprofundam sobre a natureza dos processos organizacionais que podem facilitar a inovação em custo, principalmente, levando-se em conta aspectos institucionais.
Diversos países em geral possuem vazios institucionais, que afetam os custos de transação, a coordenação da produção e o custo de inovação. Logo, esses vazios institucionais exigem uma postura mais dinâmica nas empresas para a elaboração de estratégias que permitirão a inovação nesses contextos. Esse dinamismo nas empresas é tratado na literatura por meio da abordagem das capacidades dinâmicas. Este estudo objetiva responder a seguinte pergunta de pesquisa: Qual o papel das capacidades dinâmicas na relação entre vazios institucionais e inovação em custo?
A base teórica do trabalho compreendeu inovação em custo (Williamson, 2010), vazio institucional (Khanna & Palepu, 2010) e capacidades dinâmicas (Teece & Pisano, 1994). As hipóteses foram: H1: O vazio institucional está associado positivamente ao desenvolvimento de inovação em custo; H2: A associação entre vazio institucional e inovação em custo é mediada pelas capacidades dinâmicas das empresas; H2a: O vazio institucional está associado positivamente às capacidades dinâmicas das empresas; e H2b: As capacidades dinâmicas estão associadas positivamente ao desenvolvimento de inovação em custo.
A fim de atingir o objetivo de analisar o papel mediador das capacidades dinâmicas na relação entre vazios institucionais e o desenvolvimento de inovação em custo, optou-se por uma abordagem quantitativa. O método de pesquisa foi o levantamento, tendo survey como técnica de coleta de dados. Um total de 317 empresas (150 empresas brasileiras e 167 empresas norte-americanas), e a amostra final para este estudo foi de 259 empresas. Como técnica de análise, para testar as hipóteses do estudo, utilizou-se a técnica de análise de dados modelagem de equações estruturais (SEM).
Os resultados obtidos apresentaram evidências para sustentar empiricamente que o desenvolvimento da inovação em custo pode ser explicado por meio dos vazios institucionais, e que esta relação é mediada pelas capacidades dinâmicas, por meio de suas dimensões de monitoramento, apreensão e reconfiguração. Posto isto, fica evidenciado que ambientes com vazios institucionais estão positivamente associados com o desenvolvimento da inovação em custo tanto nos Estados Unidos como no Brasil.
Este estudo propôs como objetivo principal investigar os antecedentes da inovação de custo, a partir da perspectiva dos vazios institucionais e das capacidades dinâmicas, no contexto do Brasil e dos Estados Unidos. Tema este bastante relevante e pouco explorado pela literatura acerca dos construtos analisados. As capacidades dinâmicas permitem que a empresa realize modificações e transformações em seus produtos e processos de modo a se adaptar às pressões institucionais.
Khanna, T., & Palepu, K. (2010). The nature of institutional voids in emerging markets. T. Khanna &K. G. Palepu (eds), Winning in Emerging Markets: A Road Map for Strategy and Execution, 13-26. Teece, D., & Pisano, G. (1994). The Dynamic Capabilities of Firms: an Introduction, The Political Economy of Science, Technology and Innovation: Oxford University Press. Williamson, P. J. (2010). Cost Innovation: Preparing for a 'Value-for-Money' Revolution. Long Range Planning, 43(2-3), 343-353. doi: 10.1016/j.lrp.2009.07.008.