Resumo

Título do Artigo

GESTÃO SOCIAL NA PERSPECTIVA ESTRATÉGICA DE GUERREIRO RAMOS: Considerações sobre um Conselho Municipal de Saúde
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Palavras Chave

Gestão Pública da Saúde
Gestão Participativa
Administração Pública

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Social e Organizações do Terceiro Setor

Autores

Nome
1 - Dhemes Ferreira Rocha
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2 - Flávia Lorenne Sampaio Barbosa
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ (UFPI) - campus Floriano
3 - Fabiana Pinto de Almeida Bizarria
UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA (UNILAB) - e FACULDADE LUCIANO FEIJÃO
4 - JOÃO CARLOS HIPÓLITO BERNARDES DO NASCIMENTO
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Reumo

O mainstream da pesquisa em administração na seara empresarial tem sido desenvolvido sob o pressuposto de uma racionalidade instrumental/utilitária, no entanto, são notados esforços voltados à racionalidade substantiva, que considera a busca da satisfação humana com o equilíbrio entre interesses individuais e coletivos. Nessa linha, a gestão social emerge como proposta que assume a busca de satisfação de interesses coletivos, sustentados pela edificação de uma sociedade que possibilita uma maior qualidade de vida por meio de interações simbólicas entre as pessoas (RAMOS,1989).
Nessa perspectiva, baseado na leitura de Ramos (1983,1989), que sinaliza possibilidade de análise do fenômeno social com suporte em leitura estratégica que prioriza da ação administrativa seu propósito, seus agentes ativos, os fatores estratégicos, as possibilidades objetivas e o consenso, a presente pesquisa identifica fragilidades e potencialidades da gestão do conselho de saúde de um município Piauiense, no que concerne ao propósito, aos agentes ativos, aos fatores estratégicos, as possibilidades objetivas e ao consenso definidos no âmbito de seus processos.
A gestão social tanto é compreendida como o agir em problemáticas da sociedade, no atendimento de demandas e necessidades do social, que se organiza pela própria sociedade por meio das suas mais diversas formas e mecanismos de auto-organização, especialmente o fenômeno associativo, como também é entendida como uma modalidade própria de gestão opondo-se à gestão pública e à gestão privada – procurando substituir as lógicas instrumentais próprias da gestão privada por outras lógicas mais sociais, políticas, culturais ou ecológicas (FRANÇA-FILHO, 2003, 2008).
Realizou-se uma pesquisa qualitativa com o objetivo de compreender o processo de se gerir o social em um conselho municipal de saúde com suporte em entrevistas semiestruturadas (CRESWELL, 2007; MINAYO, 2014). Cinco de doze conselheiros, eleitos no biênio de 2017-2018 e em pleno e efetivo exercício, foram entrevistados “face a face”, sendo a análise das transcrições realizadas seguindo os parâmetros da Análise de Conteúdo, com as categorias de análise da pesquisa sendo elaboradas com base na análise estratégica de Alberto Guerreiro Ramos, reunidas em categorias por Bizarria e Tassigny (2017).
Sobre a ideia de agente ativo surgem questões relacionais à baixa qualificação/formação, descontinuidades, favorecendo o baixo protagonismo. Em relação ao fator estratégico, acredita-se na potência da presença nas comunidades e no fortalecimento da estrutura administrativa/eletiva. No que tange ao consenso, o processo decisório se apresenta fragilizado, quando a presidência do conselho assume papel junto à gestão do município, sugerindo abertura para se legitimar agendas políticas em detrimento das demandas populares.
A pesquisa identifica fragilidades e potencialidades da gestão do conselho de saúde de um município Piauiense, no que concerne ao propósito, aos agentes ativos, aos fatores estratégicos, as possibilidades objetivas e ao consenso definidos no âmbito de seus processos. Foi possível discutir sobre o propósito que é a concepção formal/legal da existência e do funcionamento do conselho, bem como impasses derivados de ingerências políticas.
CANÇADO,A.C. Gestão Social: Práticas em debate, teorias em construção. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2008. PAES DE PAULA, A. Por uma nova gestão pública: limites e potencialidades da experiência contemporânea. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005. RAMOS, A.G. A Nova Ciência das Organizações: uma reconceituação da riqueza das nações. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1989. RAMOS,A.G. Administração e contexto brasileiro: elementos de uma sociologia especial da administração. 2ª edição. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1983 TENÓRIO,F.G. Tem razão a administração? 3 ed. Ijuí: Editora da Unijuí, 2008.